IV Simpósio Internacional Darwinismo Hoje, com a presença de Michael Behe

O já consagrado evento "Simpósio Internacional Darwinismo Hoje", em sua 4ª edição, terá a considerável presença do famoso cientista Michael Behe, o autor do livro "A Caixa Preta de Darwin", a obra que introduziu mais intensamente a Teoria do Desenho Inteligente (Tedeísmo) nas discussões científicas mundo afora. O evento que ocorrerá nos dias 22 a 24 de outubro de 2012,  contará ainda com as presenças de: Marcos Eberlin, Enézio de Almeida, Aldo de Araújo, entre outros nomes. 
A ordem dos eventos programados  para a data é o seguinte:
É isso!

Wallace, Darwin e os fatos...


“Papagaio come milho, periquito leva a fama!”, diz o ditado popular.

Por que, afinal, Alfred Russell Wallace ficou historicamente renegado ao segundo plano quanto à criação do famigerado conceito de "seleção natural"?

Por quais motivos, afinal, Charles Darwin passou para a história como sendo o grande e original elaborador desta idéia?

Bem. Para quem acredita que “a propaganda é alma do negócio”, vá lá, não é tão complicado compreender as razões desta incoerência; e, para aqueles que, na onda do “Maria–vai-com-as-outras”, acreditam em tudo que convém à sua crença dogmática, vá lá, também não é tão difícil entender esta contradição; mas, para quem acredita que “há algo podre no reino da Dinamarca”, bom, neste caso é melhor examinar os fatos...

Inicialmente, é bom que se diga que Wallace, ao contrário de Darwin, rejeitou a idéia de que a mente humana pudesse ter sido derivada de primatas. Para ele apenas a espiritualidade poderia explicar tal fenômeno.

Espiritualidade?
Opa! Então isto comprometeria à ideologia materialista emergente?
Hum... Uma boa suspeita!

Em 1855, Wallace publicou um ensaio concernente à distribuição geográfica das espécies que remetia fortemente ao conceito de evolução. Darwin, temendo que sua “originalidade” fosse superada, apressou rapidamente a publicação de seu “A Origem das Espécies”, em 1858. E, com o amplo apoio de Lyell, Hooker e ideólogos positivistas e naturalistas “deixou à vida para entrar na história”. 

É isso!

Homem e chimpanzé: desconstruindo o mito


O visitadíssimo blog do incansável Enézio trouxe há algum um tempo um esclarecedor artigo do geneticista e pesquisador da Universidade da Flórida, Richard Buggs, o qual contesta, com novos dados, o famoso mito do 1% de semelhança genética entre o homem e o chimpanzé. 

Segundo esse cientista, o número 98.5% de semelhança entre chimpanzés e humanos, quando comparados à luz do estudo do genoma, é muito enganador. E explica o porquê:

"Para compararmos os dois genomas, a primeira coisa que nós devemos fazer é alinhar as partes de cada genoma que são semelhantes. Quando nós fazemos este alinhamento, nós descobrimos que somente 2.400 milhões das 3.164 milhões de letras do genoma humano se alinham com o genoma do chimpanzé — isto é, 76% do genoma humano. Alguns cientistas argumentaram que os 24% do genoma humano que não se alinha com o genoma do chimpanzé é o inútil DNA “lixo”. Todavia, parece que agora este DNA pode conter 600 genes que codificam proteínas, e codificam também moléculas de RNA funcionais.

Olhando detalhadamente a semelhança do chimpanzé em 76% do genoma humano, nós descobrimos que para fazermos um alinhamento exato, freqüentemente nós temos que introduzir lacunas artificiais ou no genoma humano ou no genoma do chimpanzé. Essas lacunas dão outros 3% de diferença. De modo que agora, nós temos uma semelhança de 73% entre os dois genomas.

Nas sequências bem alinhadas nós agora descobrimos outra forma de diferença, onde uma única ‘letra’ é diferente entre os genomas humano e do chimpanzé. Essas letras fornecem outro 1.23% de diferença entre os dois genomas. Assim, o percentual de diferença está agora em torno de 72%.

Nós também encontramos locais onde os dois pedaços de genoma humano se alinham com apenas um pedaço do genoma do chimpanzé, ou dois pedaços do genoma do chimpanzé se alinham com um pedaço do genoma humano. Esta “variação de número de cópia” causa outra diferença de 2.7% entre as duas espécies. Portanto, a semelhança total dos genomas pode ser abaixo dos 70%".

É isso!



Os darwinistas e seus telhados de vidro


É comum, entre os devotos de Darwin, rotular de maneira tendenciosa o Tedeísmo (Teoria do Desenho Inteligente) de pseudociência, como se fizessem parte de uma Teoria que fosse  a síntese da excelência científica. Todavia, dentro dos critérios comumente usados para se definir uma teoria como experimentalmente testável, a Teoria da Evolução entra, por exemplo,  no mesmo bojo da Psicologia. Tanto uma quanto a outra  não se enquadram nos cinco requisitos básicos para que uma teoria seja de fato considerada científica. São estes os requisitos: 

1. Terminologia definida de forma clara (o sentido de “evolução”, por exemplo, é tão amplo e diversificado quanto seus enunciados).

2. Quantificabilidade (não se pode avaliar com precisão os grandes eventos macroevolutivos).

3. Condições experimentais rigorosamente controladas (não é possível fazer experimentos inter-espécies, mas apenas intra-espécies, que são as mudanças morfológicas que se dá no interior de um grupo de seres vivos da mesma espécie).

4.  Reprodutibilidade (não é possível reproduzir os eventos macroevolutivos).

5. Testabilidade e previsibilidade (não é possível organizar uma confrontação verdadeiramente definitiva com os diversos "dados" em questão, por exemplo: dados decorrentes da classificação, da paleontologia, da anatomia comparada, da genética, da embriologia, da biogeografia etc). 

É isso!

Os fósseis não falam...


As grandes agências de propaganda têm muito que aprender com os marqueteiros darwinistas. Sim, porque qualquer descoberta realizada por estes logo é convertida numa epopéia digna de uma grande produção de Hollywood!

Houve uma época em que alguns deles conseguiram a proeza de transformar um simples dente de uma espécie de porco já desaparecida num “perfeito” elo de transição! E, mais recentemente, a propaganda darwinista exibiu com grande ostentação o famigerado celacanto (uma espécie de peixe), apresentando-o como uma forma transicional pelo fato de ter nadadeiras ósseas, porém quando foi descoberto um espécime vivo, constatou-se que ele não usava tais nadadeiras para andar ou levantar-se! O mais novo “garoto-propaganda darwinista chama-se Tiktaalik roseae!

A busca por fósseis que pudessem fornecer os indícios necessários para provar as teses de Darwin sempre foi uma das grandes utopias da “linha de frente evolucionista”! Daí as muitas alterações de dados e crassas falsificações, como a do Homem de Piltdown, homem do Nebrasca, o Archaeoraptor, entre outras...

A realidade, porém, é que até o momento nenhum dos fósseis apresentados pelos darwinistas foi suficiente para demonstrar uma sucessão evolutiva gradual nos estratos uniformes nas diversos períodos e eras geológicas. Todos os registros fósseis trazidos à tona até o momento foram imperfeitos (o que é de praxe dos fósseis). Eles são o que dizem ser, fundamentalmente pelas interpretações dadas por aqueles que os "interpretam."

Aqui cabe um dado de extrema importância. Em seu livro “A Falsa Medida do Homem”, Stephen Jay Gould apresenta inúmeros exemplos de como a subjetividade orientada para a obtenção de resultados preconcebidos foram importantes para que muitas teorias raciais fossem tidas como à prova de qualquer refutação. Neste caso não se tratavam de falsificações, mas de interpretações que justificaram as conclusões pretendidas. Ou seja, quando se quer a todo custo encontrar “provas” que corroborem o que se busca, de algum modo tais "provas" serão “encontradas”.

O autor citado faz menção, entre muitos exemplos, de Paul Broca, que, através da medição de crânios de diversos povos chegou à “conclusão irrefutável” de que os negros, os índios, as mulheres etc., eram “comprovadamente” inferiores aos europeus. Sobre ele, diz Gould: “Broca acreditava, presumo, que com sinceridade, que só obedecia aos fatos, e que seu êxito na confirmação das hierarquias tradicionalmente aceitas era o resultado da precisão de suas medições e do cuidado com que estabelecera procedimentos passíveis de repetição” (p. 77).

A mesma situação PODE está ocorrendo ATUALMENTE no âmbito darwinista em relação às interpretações dadas aos muitos fósseis que rotineiramente são apresentados. A par disto, cabem aqui estas indagações:

Até que ponto idéias preconcebidas não são preponderantes para que se chegue à conclusão, por exemplo, de que o homem de Neanderthal não seja de fato um homem moderno? Até que ponto a diferença genética de 0,5% que dizem nos separar dele não é fruto dessas mesmas idéias preconcebidas?


Sim, porque os fósseis não falam!

O Darwinismo fora do currículo escolar da Coréia do Sul

Quem diria, o país com melhor índice educacional de todo mundo, varreu o Darwinismo do seu sistema educacional. Se fosse no Brasil, Haiti, Serra Leoa, Afeganistão, vá lá, entenderíamos, porém, como isso pode ter acontecido num país que preza o estudo e a ciência? ((rs))
Classificação Mundial de Educação  em Ciência, Matemática e Leitura

Entre as razões que levaram o governo coreano a seguir por tal caminho, refere-se aos inúmeros erros sobre evolução encontrados nos livros didáticos. Por exemplo, a utilização dos tentilhões de Darwin como prova  das grandes mudanças, muito bem tipificada na Ancestralidade Comum Universal. Um caso mais recente que acendeu ainda mais o desejo dos coreanos em excluir o darwinismo do ensino secundário, diz respeito às recentes descobertas, que revelaram ser o Archaeopteryx um dos muitos dinossauros com penas, em vez de um elo entre estes e as aves. 

Como é de praxe, quando se contesta os dogmas estabelecidos, os devotos de Darwin lançaram a culpa no Criacionismo, alegando que os religiosos influenciaram na decisão. 
A notícia repercutiu na Nature 

Seja como for, o fato é que  a imposição deliberada, seja de qual âmbito for,  quase sempre culmina em opressão. O Darwinismo, em nome da ciência, impõe - academicamente - sua cadeia de força em quase todo mundo, semelhantemente ao que fazia a religião medieval, que não aceitava críticas ou contestações aos seus dogmas. Mas aí chega um momento em que a canga se torna pesada demais, aí vem a revanche...

É isso!

O conceito de "raça" em Charles Darwin

O racismo não é um fenômeno específico das sociedades modernas. Desde os tempos mais remotos, o conceito de “raças inferiores e raças superiores” já era uma realidade entre os povos, manifestando-se através da cor da pele, do tipo de cabelo, dos rituais religiosos, dos valores morais, das características culturais etc. O racismo não teve um único berço ou período de gestação: durante toda a história, ele se fez revelar nas mais variadas formas e pelos mais diversificados meios. Todavia, foi somente a partir do limiar da era moderna, mais precisamente a partir dos anos 1400, que o racismo passou a enfatizar a questão da cor da pele. Isso se deu como conseqüência da dominação européia sobre os outros povos (asiáticos africanos e americanos).

Com o avanço da ciência, a idéia de “raça” como fenômeno biológico teve grande destaque nos primórdios do século XVIII. Já no século XIX, com o advento dos conceitos sobre evolução humana, a questão biológica tornou-se preponderante para se classificar uma “raça” como inferior ou superior. Os ideais eugênicos de Francis Galton culminaram numa verdadeira febre racial na Europa. E com o surgimento do chamado Darwinismo Social, a propaganda racista alcançou todo o mundo, servindo de pretexto para a opressão e aniquilamento de inúmeros povos, principalmente na África e na Ásia.

Um dos autores que muito contribuiu com a questão foi o naturalista e capitalista inglês Charles Darwin. Embora a idéia de que havia diferentes “raças humanas” não fosse exclusividade sua, é certo que em todas suas obras ele fez menção desse aspecto. Isso pode ser visto, por exemplo, em seu livro muito pouco conhecido, intitulado “A expressão das emoções no homem e nos animais”, conforme enxertos a seguir, compilados por mim:

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CHARLES DARWIN: “A EXPRESSÃO DAS EMOÇÕES NO HOMEM E NOS ANIMAIS”:

“Quinto, parecia-me de extrema importância estabelecer se, como se afirmou com freqüência, mas com escassas evidências, encontramos as mesmas expressões e gestos nas diferentes
raças humanas, especialmente aquelas que tiveram pouco contato com os europeus. Sempre que determinadas mudanças nas feições e no corpo exprimirem as mesmas emoções nas diferentes raças humanas, poderemos inferir, com grande probabilidade, que estas são expressões verdadeiras, ou seja, que são inatas ou instintivas” (p. 20).

“As respostas referem-se a muitas das mais selvagens e peculiares
raças humanas” (p.20).

“Conclui-se, a partir das informações assim adquiridas, que um mesmo estado de espírito exprime-se ao redor do mundo com impressionante uniformidade; e este fato é ele mesmo interessante como evidência da grande similaridade da estrutura corporal e da conformação mental de todas as
raças humanas” (p. 22).

“Todavia, algumas das dúvidas e dificuldades foram afastadas com a observação de crianças, doentes mentais, diferentes
raças de homens, obras de arte e, finalmente, dos músculos faciais sob o efeito de correntes galvânicas, como realizado pelo Dr. Duchenne” (p. 23).

”Isso foi particularmente auspicioso, pois os aborígines australianos estão entre as mais peculiares
raças humanas” (p. 24).

“As várias espécies e gêneros de macacos expressam seus sentimentos de muitas maneiras diferentes; e esse fato é interessante, pois tem alguma relação com a questão sobre como classificar, em espécies ou variedades, as assim chamadas
raças humanas; pois, como veremos nos próximos capítulos, as diferentes raças humanas exprimem suas emoções e sensações de maneira notavelmente uniforme ao redor do mundo” (p. 115).

“O fato de lacrimejar durante o riso é comum a todas as
raças humanas, como veremos num capítulo posterior” (p. 139).

“A expressão de tristeza, gerada pela contração dos músculos da tristeza, de forma alguma se restringe aos europeus, mas parece ser comum a todas as
raças humanas” (p. 151).

“Fiquei ansioso para saber se as lágrimas acompanhavam as gargalhadas na maioria das
raças humanas, e soube por meus colaboradores que isso realmente acontece” (p. 175).

“Em todas as
raças humanas a expressão de bom humor parece ser igual e é prontamente reconhecida” (p. 181).

“No que diz respeito à alegria, sua expressão natural e universal é o riso; e, em todas as
raças humanas, o riso exaltado faz os olhos lacrimejarem mais facilmente do que qualquer outra causa, excetuando-se a aflição” (p. 185).

“Um ajoelhar-se humilde, com as mãos juntas e viradas para o alto, parece-nos, pela força do hábito, um gesto tão apropriado para a devoção que poderíamos pensar que ele é inato. Mas não encontrei nenhuma evidência desse fato nas inúmeras
raças humanas fora da Europa” (p. 187).

“Veremos, porém, num próximo capítulo, que em diversas
raças humanas a surpresa algumas vezes provoca discreta protrusão dos lábios; embora surpresa ou espanto intensos costumem exprimir-se por uma grande abertura da boca” (p.197).

“A resposta de meus colaboradores foi quase unânime à minha pergunta sobre a possibilidade de se reconhecer as expressões de culpa e dissimulação entre as diferentes
raças humanas” (p. 223).

“Também estava ansioso por saber se o gesto era praticado por outras
raças humanas, especialmente aquelas que não tiveram muito contato com os europeus” (p. 228).

"No geral, percebe-se uma considerável diversidade quanto aos sinais de afirmação e negação nas diferentes
raças humanas” (p. 236).

“Meus colaboradores responderam de forma surpreendentemente unânime no que se refere a essa expressão nas diferentes
raças humanas” (p. 238).

“Não sei se esse gesto é comum a todas as
raças humanas, já que deixei de fazer perguntas sobre esse tema” (p. 244).

“Há ainda um outro pequeno gesto, exprimindo surpresa, para o qual não tenho explicação; a saber, a mão ser colocada à frente da boca ou em alguma parte da cabeça. Isso foi observado em tantas
raças humanas que deve ter alguma origem natural” (p. 246).

“No que diz respeito à manifestação do medo nas várias
raças humanas, meus colaboradores concordam que os sinais são os mesmos exibidos pêlos europeus” (p. 250).

”Os pequenos vasos do rosto se enchem de sangue, pela sensação de vergonha, em quase todas as
raças humanas, ainda que nas raças muito escuras não seja possível distinguir mudança de cor” (p. 268).

“Os fatos aqui recolhidos são suficientes para demonstrar que o
enrubescimento, com ou sem mudança de cor, é comum à maioria, provavelmente a todas as raças humanas” (p. 272).

“Entre os europeus, o corpo todo pinica levemente quando o rosto enrubesce intensamente; e nas
raças humanas que habitualmente andam quase nuas, o rubor estende-se por uma superfície bem maior do que em nós” (p. 278).“Deixei de perguntar em meus questionários impressos se a timidez pode ser detectada nas diferentes raças humanas” (p. 281).

“Também terão dificuldades para explicar por que
negros e outras raças de pele escura enrubescem, já que neles a mudança de cor na pele é quase ou totalmente invisível” (p. 286).

“Há razões para se acreditar, a julgar pelas capacidades de diferentes
raças humanas, que os efeitos são hereditários” (p.287).

“Podemos inferir que esses e alguns outros gestos são hereditários por serem realizados por crianças muito pequenas, pêlos nascidos cegos e pelas mais variadas
raças humanas” (p. 297).

“Esse é um fato interessante, pois acrescenta um novo argumento a favor da teoria de que as
inúmeras raças descendem de um mesmo tronco parental, que deveria ser já quase totalmente humano na estrutura, e em grande medida na mente, antes do período no qual as espécies divergiram” (p. 304).

“Contudo, se considerarmos os numerosos aspectos estruturais que não guardam relação alguma com as expressões, comuns a todas as
raças humanas” (p. 305).

”Entretanto, essa teria de ser a explicação se as diferentes
raças humanas descendessem de inúmeras espécies aborígines distintas” (p. 305).

“Parece bem mais provável que os muitos pontos de grande semelhança entre as
várias raças devam-se à herança de uma única forma parental, que já havia adquirido um caráter humano” (p. 305).

“De todas as expressões, o rubor parece ser a mais estritamente humana; porém, ele é comum a todas, ou quase todas, as
raças humanas, independentemente de se ver ou não alguma mudança de cor na pele” (p. 307).

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Fonte:
Charles Darwin: “A expressão das emoções no homem e nos animais”. Tradução Leon de Souza Loho Garcia. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

Charles Darwin: abolicionista e racista

Um dos argumentos mais comuns utilizados pelos darwinistas para afirmar que Charles Darwin não era racista, refere-se ao fato de ser ele um abolicionista, como se a simples adesão ao abolicionismo fosse indício de ojeriza aos ideais de superioridade racial.

Que Darwin fosse abolicionista, não há nenhuma dúvida quanto a isso. Não somente ele, como todo o resto da Inglaterra era abolicionista. Isso, no entanto, não fora motivo para que os ingleses não se sentissem superiores a outros povos, explorando suas riquezas e destruindo suas vidas.

O argumento de que se utiliza os devotos de Darwin em sua defesa, falha por três razões básicas, a saber:

1. Darwin era um cidadão inglês, e como todo bom inglês vitoriano, era orgulhoso de sua nação. A Inglaterra, como se sabe, era contrária à escravidão, todavia, a sua luta contra o sistema escravocrata não tinha qualquer caráter humanitário.
José Dantas discorre sobre isto em “História do Brasil”:
A luta dos ingleses contra o tráfico de escravos não tinha qualquer caráter humanitário. A Inglaterra preocupava-se primordialmente em defender seus interesses econômicos, pois como nação industrial buscava ampliar o mercado consumidor para seus produtos.
Não foi por outra razão que a Inglaterra aboliu a escravidão em suas colônias do Caribe. Porém, naquele momento, a produção agrícola realizada pelo negro livre revelou-se cara do que a feita em regime de escravidão, tornando os produtos caribenhos competitivos no mercado internacional.
Assim, ao impor a extinção do tráfico de escravos para o Brasil e defender a adoção trabalho livre, a Inglaterra estava preocupada não só em garantir mercados para seus produtos industriais como também em assegurar a competitividade dos produtos agrícolas de suas colônias. Portanto, a decretação Bill Aberdeen em 1845 representou, na verdade, um poderoso instrumento de defesa acumulação capitalista inglesa.”

2. Para muitos abolicionistas, era preciso acabar com a escravidão para modernizar suas nações.
No caso da Inglaterra, o fim da escravidão atrelava-se à emergência da revolução industrial. Escravos não podiam ser consumidores pois não recebiam remuneração. Darwin era um capitalista extremamente ligado à estrutura econômica de sua nação, daí não ser nenhuma novidade sua adesão aos ideais abolicionistas.

3. Em “O que é racismo”, Joel Rufino do Santos, referindo-se aos abolicionistas brasileiros, afirma que, para estes: “era preciso acabar com a escravidão para aliviar o sofrimento dos pobres pretos”. “Ora”, completa o autor: “compaixão pelos pretos é o mesmo que, por exemplo, compaixão pelos pobres macacos, que estejam sofrendo de alguma forma”.


Charles Darwin era um homem dotado de grande sensibilidade pelos seres vivos
em geral. Tanto é verdade que dedicou boa parte de sua vida em pesquisas sobre determinados tipos de crustáceos, entre muitos outros animais. Dessa forma, o fato dele sentir compaixão por aquele escravo que padecia nas mãos do seu senhor, no Brasil, não diz absolutamente nada sobre seus “sentimentos de igualdade racial”. Assim como ele não suportava o sofrimento de um cão, não suportava igualmente o sofrimento de um negro. Se essa assertiva não tivesse lá sua lógica, não escreveria ele, por exemplo, a seguinte "previsão": “No futuro, não muito longínquo, se medido em termos de séculos, num determinado ponto as raças humanas civilizadas terão exterminado e substituído quase por completo as raças selvagens em todo o mundo. No mesmo período os símios antropomorfos, conforme tem observado o prof. Schaaffhausen (18), terão sido sem dúvida exterminados. A fratura entre o homem e os seus mais próximos afins se tornará então ainda mais ampla, visto que será fratura entre o homem, num estágio ainda mais civilizado do que aquele caucásico (é o que esperamos nós) e alguns símios inferiores como o babuíno, ao invés de ser entre o negro ou o australiano e o gorila.”

É isso!

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Referências Bibliográficas:
1. José Dantas: "História do Brasil". Editora Moderna. São Paulo, 1989, p. 135;
2. Charles Darwin: "A Origem do Homem e a Seleção Sexual". Hemus Editora. São Paulo, 1972, p. 187.
3. Joel Rufino dos Santos: "O que é racismo". Editora Brasiliense. São Paulo, 1984, p. 54.

A "mão invisível" de Darwin

Segundo o “Aurélio”, capitalismo é um sistema econômico e social baseado na propriedade privada dos meios de produção, na organização da produção visando o lucro e empregando trabalho assalariado, e no funcionamento do sistema de preços.

Discutir se o capitalismo é o pior ou o melhor sistema econômico me parece uma questão irrelevante para o nosso tempo, tendo em vista seu pleno triunfo e levando em conta o histórico fracasso de seu maior rival, o comunismo. A China, em seu modelo atual, é uma das maiores provas da supremacia do dinheiro ou do capital sobre qualquer outra forma de governo. O capitalismo, enfim, prevaleceu!

Em sua obra “Riqueza das Nações" (“a bíblia do capitalismo”) Adam Smith cunhou a expressão “a mão invisível”, com a qual defendeu a idéia do que o mercado, por si mesmo, é capaz de obter a máxima eficiência econômica. O Estado não deve, pois, interferir no mercado, que se auto-regula mediante esta “mão invisível”.

Charles Darwin, que conhecia muito bem a obra de Adam Smith, aproveitou-se dela, mesclando-a com a obra “Tratado sobre os princípios da população”, de Thomas Malthus, na criação do seu dístico “sobrevivência do mais apto”. Sobre isto, escreveram Adrian Desmond e James Moore, em “A vida de um evolucionista atormentado”: “Mas foram as estatísticas de Malthus que mais impressionaram Darwin em sua vida de abundância. Malthus calculava que, sem controle, a humanidade poderia duplicar sua população em apenas 25 anos. Mas não duplicava; se o fizesse, o planeta seria devastado. A luta pelos recursos desacelerava o crescimento e um catálogo horripilante de mortes, doenças, guerras e fome colocavam a população em cheque. / Darwin percebeu que uma luta idêntica ocorria em toda a natureza e compreendeu que essa luta poderia ser transformada em uma força verdadeiramente criativa.”


Esta obra de Malthus foi assim o grande “insight” de Darwin na elaboração de suas idéias sobre Seleção Natural. Isto ele deixa explícito em sua obra “A Origem das Espécies”: “É a doutrina de Malthus aplicada com a mais considerável intensidade a todo o reino animal e vegetal, porque não há nem produção artificial de alimentação, nem restrição ao casamento pela prudência. Posto que algumas espécies se multiplicam hoje mais ou menos rapidamente, não pode ser o mesmo para todas, porque a terra não as poderia comportar
.”

A Seleção Natural seria assim a “mão invisível” que faz da “livre concorrência” (“a sobrevivência do mais apto”) entre os seres vivos a
sua “auto-regulação” na Natureza. Darwin simplesmente transferiu os conceitos de livre concorrência de Adam Smith para o âmbito dos seres vivos. Ele não criou nada de novo, mas apenas adaptou o que, na sua época, era assunto de grande discussão acadêmica. O resto ficou por conta da “mão visível” de seus ideólogos admiradores.

É isso!

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Referências bibliográficas:
A Vida de um Evolucionista Atormentado: Darwin. Adrian Desmond & James Moore – Geração Editorial. São Paulo, 1995;
A Origem das Espécies: Charles Darwin. Baseado na tradução de Joaquim da Mesquita Paul. LELLO & IRMÃO – EDITORES. Porto, 2003.

Darwin e a "superioridade européia"

Que Darwin era racista, isso é ponto inconteste, todavia, se em alguns casos a “superioridade européia" (sobretudo, a inglesa) é manifestada de forma explícita em suas obras, em muitos outros ela apenas aparece de forma sorrateira, como na nota de rodapé a seguir, extraída do seu livro menos conhecido “A Origem do Homem e a Seleção Sexual”.

Primeiro observamos esta sua afirmativa, extraída da referida obra:
A membrana nictitante (membrana interna do olho dos pássaros), ou terceira pálpebra, com os seus músculos acessórios e as suas estruturas, é particularmente bem desenvolvida nos pássaros, e tem uma importância funcional bastante importante para eles, pois que pode estender-se rapidamente sobre toda a pupila. Tem sido encontrada em alguns répteis e anfíbios e em certos peixes, como o peixe-cão. Está muito desenvolvida nas duas classes inferiores da série de mamíferos, isto é, nos monotremos e nos marsupiais, bem como em outros poucos mamíferos superiores, como o cavalo-marinho. Mas no homem, nos quadrúmanos e na maioria dos outros mamíferos, conforme todos os anatomistas têm admitido, se reconhece como simples rudimento que leva o nome de prega similunar (35)”, p. 28. O GRIFO É MEU.

Agora, vejamos a nota referente à afirmativa acima:
35) Müller, Elements of Physiology, trad. inglesa, 1842, vol. II, pg. 1117. Owen, Anatomy of Vertebrates, vol. III, pg. 260; ibidem sobre o cavalo-marinho, «Proc. Zoolog. Soe.», 8 de novembro de 1854. Cfr. também E. Knox, Great Artists and Anatomists, pg. 106. Este rudimento é aparentemente um pouco mais extenso nos pretos e nos australianos do que nos europeus; cfr. Cari Vogt, Lectures on Man, tradução inglesa, pg. 129.

Perceberam?

Inicialmente ele diz que um determinado traço biológico
está muito mais desenvolvido nas classes inferiores da série de mamíferos. Na nota, ele acrescenta que tal característica é um pouco mais extensa nos pretos e nos australianos do que nos europeus. A expressão “mamíferos inferiores” refere-se aos animais considerados os mais antigos na “escala evolutiva”. Em outras palavras: são aqueles que – biologicamente - mantêm características mais próximas de seus remotos ancestrais. Os “pretos e australianos”, no pensamento de Darwin, são os povos que conservam mais características comuns com os ancestrais humanos. Já os brancos europeus, por supostamente estarem “mais avançados” no processo evolutivo, estão assim mais distantes – biologicamente – desses mesmos ancestrais.

Vale ressaltar que as tais “superioridade e civilidade” dos capitalistas da Europa da época de Darwin culminaram, entre outras cousas, na exploração econômica e dominação política dos países da Ásia e África, naquilo que ficou conhecido como o Imperialismo, que ainda hoje faz transparecer suas conseqüências nefastas em muitas regiões da África e Ásia.

É isso!
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Referência bibliográfica:
Charles Darwin. “A Origem do Homem e a Seleção Sexual”. Tradução: Attílio Cancian e Eduardo Nunes Fonseca. Hemus Livraria Editora LTDA. São Paulo, 1974. (p. 28)