Einstein, Darwin, Newton e a busca do Google

De uma simples e banal curiosidade é possível extrair uma grande verdade!
Por exemplo, ao realizar uma pesquisa no famoso site de busca Google, acerca de três conhecidos vultos da ciência (Einstein, Darwin e Newton), constatei os seguintes resultados numéricos em termos de buscas (01/01/2010):

1 º
LUGAR: ALBERT EINSTEIN, COM 14.400.000 RESULTADOS
LUGAR: CHARLES DARWIN, COM 8.040.000 RESULTADOS
LUGAR: ISAAC NEWTON, COM 3.010.000 RESULTADOS

Quais seriam, afinal, as razões para que o naturalista inglês seja mais "buscado" que o "pai" da lei da gravitação universal?
Seria porventura pela relevância de suas descobertas em benefício da humanidade? Ou seria pela sua extraordinária história de bravura e heroísmo em nome da ciência? Ou seria ainda por seu grande interesse em tornar a ciência livre de qualquer mácula do racismo?

Não, nenhuma dessas respostas estão corretas. As razões são muitas, mas podem ser sintetizadas num único ponto: interesse filosófico. Em termos de benefícios práticos para a sociedade em geral, as "descobertas" de Darwin podem ser comparadas, com pouco exagero, a um fictício "aparelho para desentortar bananas". Todavia, no âmbito da filosofia poucos conceitos são tão amplos quanto aqueles que ele legou à história. O resultado das buscas do Google em vez de revelar o interesse das pessoas pela ciência de Darwin, mostra apenas a preocupação delas por questões do tipo: como chegamos aqui?

Quanto à prevalência de Einstein, aí sim, prevalece o interesse científico. Não há questões morais envolvendo as idéias do "construtor" da teoria da relatividade.


ALBERT EINSTEIN - 14.400.000

CHARLES DARWIN - 8.040.000

ISAAC NEWTON - 3.010.000

É isso!

"A Evolução do Amor" ((rs))

É isso!

“Ao vencedor, as batatas”


Darwinismo - Humanitas
Charles Darwin - Quincas Borba

Quem já se deu ao trabalho de examinar a obra de Darwin, mais especificamente o seu livro “A Origem do Homem”, não terá muita dificuldade em encontrar ali algum ponto em comum com "Memórias Póstumas de Brás Cubas" e "Quincas Borba", do genial Machado de Assis. Tanto o Humanitismo quanto o Darwinismo atribuíam sentido de evolução até mesmo às tragédias da vida. Machado de Assis, que foi contemporâneo do naturalista inglês, fez uso da filosofia Humanitas como uma espécie de caricatura para exemplificar a teoria evolucionista tão em voga naquele momento.

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Do livro "Memórias Póstumas de Brás Cubas", do nosso genial Machado de Assis:

— Não há morte. O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas, pode determinar a supressão de uma delas; mas, rigorosamente, não há morte, há vida, por que a supressão de uma é a condição da sobrevivência da outra, e a destruição não atinge o principio universal e comum.

Dai o caráter conservador e benéfico da guerra. Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que assim adquire fôrças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação.

Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Dai a alegria da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.

— Mas a opinião do exterminado?

— Não há exterminado. Desaparece o fenômeno; a substância é a mesma. Nunca viste ferver água? Hás de lembrar-te que as bôlhas fazem-se e desfazem-se de continuo, e tudo fica na mesma água. Os individuos são essas bolhas transitórias.

— Bem; a opinião da bolha...

— Bolha não tem opinião. Aparentemente, há nada mais contristador que uma dessas terríveis pestes que de vastam um ponto do globo? E, todavia, esse suposto mal é um beneficio, não só porque elimina os organismos fracos, incapazes de resistência, como porque dá lugar à observação, à descoberta da droga curativa. A higiene é filha de podridões seculares: devemo-la a milhões de corrompidos e infectos. Nada se perde, tudo é ganho. Repito, bôlhas ficam na água.

[...]

Daí a pouco demos com uma briga de cães; fato que aos olhos de um homem vulgar não teria valor. Quincas Borba fez-me parar e observar os cães. Eram dois. Notou que ao pé deles estava um osso, motivo da guerra, e não deixou de chamar a minha atenção para a circunstância de que o osso não tinha carne. Um simples osso nu. Os cães mordiam-se, rosnavam, com o furor nos olhos... Quincas Borba meteu a bengala debaixo do braço, e parecia em êxtase.

— Que belo que isto é! dizia ele de quando em quando.

Quis arrancá-lo dali, mas não pude; ele estava arraigado ao chão, e só continuou a andar, quando a briga cessou inteiramente, e um dos cães, mordido e vencido, foi levar a sua fome a outra parte.

Notei que ficara sinceramente alegre, posto contivesse a alegria, segundo convinha a um grande filósofo. Fez-me observar a beleza do espetáculo, relembrou o objeto da luta, concluiu que os cães tinham fome; mas a privação do alimento era nada para os efeitos gerais da filosofia.

Nem deixou de recordar que em algumas partes do globo o espetáculo é mais grandioso: as criaturas humanas é que disputam aos cães os ossos e outros manjares menos apetecíveis; luta que se complica muito, porque entra em ação a inteligência do homem, com todo o acúmulo de sagacidade que lhe deram os séculos etc."

Do livro: "A Vida de um Evolucionista Atormentado: Darwin". Adrian Desmond & James Moore – Geração Editorial. São Paulo, 1995.

"Na natureza de Darwin, os muitos caíam para que os poucos pudessem progredir. A morte adquiria um novo significado — e havia bastante dela por toda a parte: com o aumento no número de desempregados e desabrigados, os estatísticos médicos estavam compilando seus “livros-caixa da morte” (estatísticas de mortalidade) entre os moradores dos bairros pobres.”

Os livros-caixa da natureza estavam sempre abertos; o ceifeiro sentava-se, coberto de negro, com a pena para riscar nomes permanentemente a mão. O progresso não era tanto um hino à beneficência divina quanto um canto fúnebre que acompanhava a luta selvagem. Tanto a ciência darwiniana quanto a sociedade da Lei dos Pobres estavam agora reformadas de acordo com as linhas competitivas de Malthus.

Mas Darwin acreditava que a guerra colonial era necessária “para fazer os destruidores se diversificarem” e se adaptarem ao novo terreno. A destruição estava se tornando parte integrante de sua concepção malthusiana da humanidade:

‘Quando duas raças de homens se encontram, elas agem precisamente como duas espécies de animais. — Elas lutam, comem-se uma à outra, trazem doenças uma para a outra etc,, mas, depois vem a luta mais mortal, a saber, a que faz a organização mais adequada, ou os instintos (isto é o intelecto no homem), ganhar o dia’.

Os “mais fortes estão sempre extirpando os mais fracos” e os britânicos estavam vencendo todos. A expansão imperial encerrou o isolamento das raças indígenas e impediu seu desenvolvimento por outros caminhos.

Mas a pressão populacional de Darwin empurrava as espécies até seu limite de outras maneiras. A compressão era uma força criativa. O superpovoamento que enviava barcos cheios para as colônias implicava que apenas os animais com uma vantagem competitiva sobreviviam."

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Em outro romance de Machado de Assis, “
Quinas Borba”, a personagem Rubião, que tinha herdado toda a fortuna do “filósofo” Quincas, morre pobre, louco e abandonado; contudo, em contrapartida, como bem pregava a “filosofia” do Humanitismo, Palha e Sofia ficaram ricos à custa de sua desgraça. Sobre isto escreveu Antônio Cândido: “Os fracos e os puros foram sutilmente manipulados como coisas e em seguida são postos de lado pelo próprio mecanismo da narrativa, que os cospe de certo modo e se concentra nos triunfadores.” No livro a personagem Ribião inicia como um simples homem, em seguida perde o juízo e acaba como um pobre bicho, fustigado pela fome e a chuva no mesmo nível que o seu cachorro.

É isso!

Teoria da “imaculada” evolução

Ressalvando as devidas exceções, um bom número daqueles que estão envolvidos ideologicamente com a Teoria da Evolução, de algum modo fazem transparecer um comportamento bem típico de sectários religiosos. Quer fazer um teste? Pergunte-lhes quais as falhas da Teoria da Evolução!
A resposta certamente coincidirá com esta observação de J. Shoray (da Universidade de Chicago): "Não existe causa tão completamente imune às críticas em nossos dias como a da evolução”.

Para esses casos costumo "invocar" Fernando Pessoa:


Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.



É isso!

Darwin: um exercício de interpretação

TEXTO:

"Seja-me permitido dizer, como justificativa, que tinha em mente dois assuntos distintos: o primeiro, o de que as espécies não haviam sido criadas separadamente; e o segundo, o de que a seleção natural tinha sido o agente principal das mudanças, embora largamente coadjuvado pêlos efeitos hereditários dos hábitos e claramente pela ação direta das condições ambientais. Contudo, não tenho sido capaz de neutralizar a influência da minha primitiva opinião, então quase universal, de que cada espécie fora criada intencionalmente e isto levou ao tácito assentimento de que todo particular da estrutura, com exceção dos rudimentos, tivesse uma determinada utilidade, embora desconhecida. Todo aquele que assim pensasse, naturalmente poderia estender em muito a ação da seleção natural, tanto no passado como no presente. Alguns daqueles que admitem o princípio da evolução, mas rejeitam a seleção natural, ao tecerem críticas ao meu livro parecem esquecer que eu tinha pelo menos dois objetivos em mente. Com efeito, se me equivoquei ao atribuir à seleção natural uma excessiva importância, a qual hoje estou bem longe de admitir, ou se lhe exagerei o poder que em si mesmo é provável, pelo menos espero ter prestado um bom serviço, ajudando a pôr por terra o dogma das criações separadas."

Fonte:
"A Origem do Homem e a Seleção Sexual". Hemus Editora, página 76.


INTERPRETAÇÃO BÁSICA:

"Seja-me permitido dizer, como justificativa, que tinha em mente dois assuntos distintos:"

Note-se que Dawin
admite abertamente que, ao escrever seu livro "A Origem das Espécies" (ele está se referindo a essa sua obra), TINHA EM MENTE DOIS ASSUNTOS DISTINTOS, a saber:

1 - "o primeiro, o de que as espécies não haviam sido criadas separadamente";

2 -
e o segundo, o de que a seleção natural tinha sido o agente principal das mudanças...

Agora vejam só a confissão do homem que "teve a idéia mais brilhante do mundo":

3 -
"Alguns daqueles que admitem o princípio da evolução, mas rejeitam a seleção natural, ao tecerem críticas ao meu livro parecem esquecer que eu tinha pelo menos dois objetivos em mente."

E conclui discorrendo acerca dos motivos que o teria levado a escrever o "A Origem das Espécies":

4 -
"Com efeito, se me equivoquei ao atribuir à seleção natural uma excessiva importância, a qual hoje estou bem longe de admitir, ou se lhe exagerei o poder que em si mesmo é provável, pelo menos espero ter prestado um bom serviço, ajudando a pôr por terra o dogma das criações separadas."

É claro! Se para um bom entendedor meio palavra basta, para um bom darwinista um texto inteiro não diz nada. ((rs))

Ou seja, nesse texto Darwin
deixa mais que explícito que os motivos que o conduziu a escrever seu livro mais famoso não foi (como os "seus meninos" imaginam) científico, mas...

ATENÇÃO....

IDEOLÓGICO!

É isso mesmo: IDEOLÓGICO!

Ou seja:
CRIACIONISMO RELIGIOSO vs NATURALISMO FILOSÓFICO.

Darwin
TINHA EM MENTE o objetivo de "pôr por terra o dogma das criações separadas".

Aqui a gente mata a cobra e mostra a cobra! ((rs))


É isso!

Coisas que Darwin não explica: a inteligência

Qual a explicação darwinista para a inteligência, relacionada a um cérebro de extraordinária complexidade e cujo súbito aparecimento não parece ser capaz de se integrar no aludido mecanismo evolutivo?

Até pouco tempo os darwinistas acreditavam que as semelhanças entre o homem e o animal, em especial os chimpanzés, “eram tamanhas que traços como a habilidade para linguagem e matemática também estivessem presentes nos animais, e que tudo o que nos separava deles era uma questão de gradação”. Mas, como os próprios darwinistas divulgaram recentemente, as limitações da linguagem animal em relação ao homem são enormes e indiscutíveis.

Já no que concerne ao adaptacionismo, qual teria sido a utilidade adaptativa das manifestações da inteligência?

A inteligência humana teria sido resultado de uma seleção da aptidão em fabricar ferramentas, conforme propôs Darwin? Ou teria sido resultado da aptidão em organizar a caça ao grande animal, como imaginou Ernest Mayr? Ou ainda resultado da aptidão em manipular as relações sociais, graças à linguagem, como sugeriram pesquisadores americanos?

Segundo Darwin, as expressões mais refinadas da emoção humana tinham uma origem animal. Ele escreveu um livro inteiro defendendo esta tese. Alfred Russel Wallace, ao contrário, acreditava na criação especial da inteligência humana, a única imposição do poder divino sobre um mundo orgânico inteiramente construído pela seleção natural (vide Gould, “O Polegar do Panda”).

A história nos mostra que, toda vez que se puseram a explicar a inteligência à luz da teoria evolutiva, sempre se apelou para o racismo e preconceitos. Um exemplo citado por Gould, refere-se a Paul Broca. Diz Gould:

“Broca e sua escola queriam mostrar que o tamanho do cérebro, através do seu elo com a inteligência, poderia resolver o que eles consideravam a questão primária para a "ciência do homem" — explicar por que alguns indivíduos e grupos são melhor sucedidos do que outros. Para isso, dividiram as pessoas de acordo com convicções apriorísticas acerca do seu valor — homem versus mulheres, brancos versus negros, "homens de gênio" versus pessoas comuns — e tentaram demonstrar diferenças no tamanho do cérebro. Os cérebros de homens eminentes (literalmente homens) formaram um elo essencial da sua tese — e Cuvier era o creme de la creme. Como conclusão, escreveu Broca:

Em geral, o cérebro é maior nos homens que nas mulheres, nos homens eminentes do que nos de talento medíocre, nas raças superiores do que nas inferiores. Como em outras coisas, existe uma relação notável entre o desenvolvimento da inteligência e o volume do cérebro.

Broca morreu em 1880, mas seus discípulos continuaram a catalogar cérebros eminentes (de fato, acrescentaram o do próprio Broca à lista, embora seu cérebro pesasse uns meros 1.484 gramas)”p. 132.

STEPHEN JAY GOULD: "A Falsa Medida do Homem". Martins Fontes. São Paulo.

É isso!

Darwinismo: entre fatos e boatos

É sabido que o epistemólogo Karl Popper chegou a contestar a Teoria da Evolução como experimentalmente “refutável”. Essa conclusão está fundamentada no fato de tal teoria ser constituída por um vasto conjunto de enunciados, e de tal modo que se torna praticamente impossível organizar uma confrontação verdadeiramente definitiva com os diversos “dados” em questão. Por exemplo: dados decorrentes da classificação, da paleontologia, da anatomia comparada, da genética, da embriologia, da biogeografia etc.

A seguir, analisemos de maneira sucinta alguns pilares darwinistas. Vejamos, pois, o que se pode extrair de cada um deles. Esta análise se dará sob a base do neodarwinismo, que é o gradualismo rígido e estrito, e norteia-se por alguns pontos abordados por um darwinista em um desses banais debates da Internet.

PALEONTOLOGIA:
Stephen Jay Gould em nenhum momento chegou a negar a evolução. Quando faço menção de dele não é para contestar a evolução, mas para apontar as fragilidades epistemológicas de alguns dos dogmas do neodarwinismo, como é o caso do gradulismo. A Teoria do Equilíbrio Pontuado, criada por Gould, serve como demonstração da fragilidade do gradualismo diante da realidade fóssil. Discorrendo, por exemplo, acerca do cambriano, diz Gould:

“Essa visão ortodoxa "congelou", sem o benefício de nenhum dado direto da paleontologia para testá-la, já que a escassez de fósseis anteriores à grande "explosão" cambriana, há 600 milhões de anos, constitui talvez o fato mais marcante e a frustração da minha profissão” (Polegar do Panda, p. 195).

“O registro fóssil causara a Darwin mais desgosto do que alegria. Nada o perturbava mais do que a explosão cambriana, o aparecimento coincidente de quase todos os projetos orgânicos complexos, não perto do começo da história da Terra, mas a mais de cinco sextos do caminho” (p. 214).

“Há 600 milhões de anos, no começo do que os geólogos chamam de Período Cambriano, surgiu grande parte do maior filo de invei librados, num espaço curto de alguns milhões de anos. O que ocorreu durante os prévios quatro bilhões de anos da história do planeta? O que havia no começo do mundo cambriano que pudesse ter inspirado tamanha atividade evolutiva?

Essas perguntas têm preocupado os paleontologistas desde que triunfou a opinião evolucionista, há mais de um século. Isso porque, embora rasgos evolutivos rápidos e ondas maciças de extinção não se jam contrários à teoria darwiniana, um preconceito profundamente arraigado no pensamento ocidental predispõe-nos a buscar a continuidade e a mudança gradativas:
natura non facit saltum (a natureza não dá saltos), como diziam os antigos naturalistas.

A explosão cambriana preocupou Darwin de tal maneira que ele escreveu na última edição de seu The Origin of Species: "O caso, no momento, tem de ficar inexplicado; e pode perfeitamente ser trazido como argumento válido contra as ideias aqui expostas". A situação, na verdade, era ainda muito pior na época de Darwin. Naquela época, não tinha sido descoberto um fóssil sequer da era pré-cambriana; era a explosão cambriana de invertebrados complexos que fornecia as provas mais antigas de vida na Terra. Se tantas formas de vida surgiram ao mesmo tempo, e com tamanha complexidade inicial, não seria possível argumentar que Deus escolhera a base do cambriano para Seu momento (ou seus seis dias) de Criação?

A dificuldade de Darwin foi parcialmente contornada. Agora já temos registros de vida pré-cambriana estendendo-se a mais de três bilhões de anos atrás. Fósseis de bactérias e algas verde-azuladas foram encontrados em diversas partes, em rochas com idades entre dois e três bilhões de anos.

Mesmo assim, essas excitantes descobertas em paleontologia pré-cambriana não afastam o problema da explosão cambriana, já que incluem apenas bactérias e algas verde-azuladas (veja o ensaio 13), e algumas plantas superiores, como as algas verdes. A evolução dos metazoários complexos (animais multicelulares) parece tão súbita quanto antes.
(Uma única fauna pré-cambriana foi encontrada em Ediacara, na Austrália. Nela se incluem alguns parentes do coral atual, águas-vivas, artrópodes e duas formas misteriosas, sem semelhança alguma com nada que viva atualmente.

Mesmo assim, as rochas de Ediacara estão bem abaixo da base cambriana e qualificam-se como pré-cambrianas por uma margem mínima.) O fato é que o problema aumenta na medida em que estudos exaustivos de um número cada vez maior de rochas pré-cambrianas destrói o velho e popular argumento de que os metazoários estão ali realmente, apenas não os encontramos ainda”.

“A chamada explosão marca somente o primeiro aparecimento no registro fóssil de criaturas que viveram e se desenvolveram durante boa parte do pré-cambriano. Então o que teria impedido a fossilização de faunas tão ricas? Nesse ponto temos uma variedade de propostas que vão desde o mais absurdo argumento ad hoc ao eminentemente plausível”.

Fonte:
Stephen Jay Gould. “Darwin e os Grandes Enigmas da Vida “. Editora Martins Fontes. São Paulo, 1999, p. 104, 114-115).


GENÉTICA:
No debate inicialmente citado, um darwinista muito otimista com Darwin citou como prova favorável à Teoria da Evolução, e isso no que se refere à genética, desde “marcadores genéticos”, passando por “genes desativados”, indo a “genes de mitocôndrias e cloroplastos”, continuando por “observação da especiação em tempo real através”, chegando aos transgênicos, e terminando em "mecanismos genéticos que levam a mutação e especiação" e “observação de especiação em moscas, bactérias, ratos, peixes etc”.

É um fenômeno comum entre darwinistas fazer menção de vários mecanismos supostamente favoráveis à Teoria da Evolução, porém, sequer eles principiam uma confrontação entre todos esses dados, relacionando-os entre si. Mas isso Popper explica!

Em relação ao que foi citado pelo dito darwinista, todos os casos APENAS poderão ser tomados como exemplos MACROevolutivos se extrapolados a partir de eventos MICROevolutivos. Note-se “observação de especiação em moscas, bactérias, ratos, peixes etc”. Se tomarmos exatamente esses casos constataremos apenas a ocorrência de mudanças intra-espécies, e não inter-espécies, isto é, mudanças inusitadas as quais não podem ser observadas empiricamente e que supostamente teriam acontecido num passado longínquo, coisas de alguns milhões de anos. Sem essas extrapolações, no entanto, o gradualismo ortodoxo simplesmente não subsistiria, e, na verdade, subsiste apenas como conteúdo filosófico ou, como diria Popper: “metafísicos”. Mas eu fico com "enunciados históricos", para ser mais ameno.

BIOQUÍMICA:
A Bioquímica é a grande pedra no sapato dos darwinistas. Embora muitos deles tenham se contorcido epistemologicamente a fim de tentar explicar as máquinas moleculares pelo viéis do rígido gradualismo a la Darwin, os resultados ainda permanecem no âmbito da especulação e da retórica. Michael Behe, mediante o conceito de Complexidade Irredutível levou à bancarrota o gradualismo como explicação para a origem da vida a partir de eventos cegos e aleatórios, tais como Seleção natural, acaso e mutações e outros "coadjuvantes"etc.

CITOLOGIA E HISTOLOGIA:
Como os darwinistas podem provar que tecidos diferentes em espécies diferentes têm a mesma origem evolutiva? Sim, pois é isso o que realmente importa. Obviamente não será por meio dos estudos das células, já que sequer conseguem explicar por meio do gradualismo alguns dos componentes celulares, quanto mais a própria célula.

ECOLOGIA:
A degradação ao meio ambiente, por exemplo, além de extinguir várias espécies, torna-o irrecuperável em vários aspectos. Mananciais, florestas, rios, mares e um grande número de espécies vivas estão perdendo sua potencialidade em conseqüência da ação humana, principalmente. Apelar para a Seleção Natural e outros mecanismos evolutivos em nada vai dirimir esta situação. É fácil inferir que processos cegos guiaram ao evolução no passado. O problema é hoje. Quanto à asserção de espécies altamente adaptadas ao meio ambiente, isso é pura tautologia, afinal, existe porventura algum ser vivo que não esteja adaptado ao meio ambiente onde vive? Em caso afirmativo: quais?

É isso!

Evolução e "Progresso"

Desde seus primórdio o conceito de "evolução" sempre esteve atrelado ao conceito de "progresso". Todos os que, inicialmente (seja no âmbito da ciência, religião ou filosofia) postularam acerca de "evolução" o fizeram mediante conceitos do tipo: "progressão, marcha ou movimento para diante, adiantamento gradativo, melhoramento gradual, crescimento, aumento, desenvolvimento, bom êxito" e por aí vai... Foram isso que fizeram, por exemplo:

ALLAN KARDEC (de "O Céu e o Inferno"):

"As idéias seguem um curso incessantemente progressivo, e absurdo é querer governar os homens desviando-os desse curso; pretender contê-los, retroceder ou simplesmente parar enquanto ele avança, é condenar-se, é perder-se. Seguir ou deixar de seguir essa evolução é uma questão de vida ou de morte para as religiões como para os governos."

[...]

"Presentemente, a Terra é o magno assunto das nossas cogitações. Que movimento entre os Espíritos! Que numerosas falanges aí afluem, a fim de lhe auxiliarem o progresso e a evolução! Dir-se-ia uma nuvem de trabalhadores a destrinçarem uma floresta, sob as ordens de chefes experimentados; abatem uns os troncos seculares, arrancam-lhes as raízes profundas, desbastamoutros o terreno; amanham estes a terra, semeando; edificam aqueles a nova cidade sobre as ruínas carunchosas de um velho mundo. Neste comenos reúnem-se os chefes em conferência e transmitem suas ordens por mensageiros, em todas as direções. A Terra deve regenerar-se, em dado tempo - pois importa que os desígnios da Providência se realizem, e, assim, tem cada qual o seu papel. Não me julgueis simples expectadora desta grande empresa, o que me envergonharia, uma vez que todos nela trabalham. importante missão me é afeta, e grandemente me esforço por cumpri-la, o melhor possível."

[...]

"A expressão: "tecer cuidadosamente a toga que há de carregar" é uma figura feliz que retrata a solicitude com que o Espírito em evolução prepara a nova existência conducente a um maior progresso do que o feito. Os Espíritos atrasados são menos meticulosos, e muita vez fazem escolhas desastradas, que os forçam a recomeçar."

[...]

"Sendo o progresso condição expressa da Humanidade, as provações tendem a modificar-se, acompanhando a evolução dos séculos. Dia virá em que as provações devam ser todas morais; e quando a Terra, nova ainda, houver preenchido todas as fases da sua existência, então se transformará em morada de felicidade, como se dá com os planetas mais adiantados."

ADOLF HITLER (de "Minha Luta"):

"Para mais facilmente compreender-se essa verdade, é oportuno, mais uma vez, lançar uma vista sobre as causas primárias da evolução da cultura humana.

O primeiro passo que, visivelmente, levou o homem a distinguir-se do resto dos animais foi o que o arrastou a fazer descobertas. Essas descobertas consistiam, no primeiro momento, na astúcia, cujo emprego facilitou a luta pela vida contra os outros animais e o êxito na mesma.

Essas descobertas primitivas não se apresentam claramente no espírito das pessoas, porque o observador de hoje as vê apenas em massa. Certos artifícios e espertos expedientes que o homem pode observar nos animais aparecem simplesmente como um fato natural. Não estando, por isso, em condições de determinar ou investigar suas causas primárias, contenta-se em considerar essas qualidades como instintivas.

Em nosso caso, essa última palavra nada significa.

Quem acredita em uma evolução mais elevada da vida deve admitir que todas as manifestações dessa luta pela existência devem ter tido um começo. Em dado momento, um indivíduo praticou uma determinada ação. Por força da repetição, esse fato se foi tornando cada vez mais geral até, de certo modo, passar para o subconsciente dos indivíduos e ser visto como instintivo.

Isso se compreenderá mais facilmente em relação aos homens. Seus primeiros atos de inteligência na luta contra os outros animais foram, com certeza, na sua origem, atos praticados sobretudo pelos indivíduos mais capazes. As qualidades pessoais foram, incontestavelmente, o estímulo para as decisões e realizações que, mais tarde, foram aceitas como naturais por toda a humanidade. Da mesma maneira, a confiança na sua própria força, fundamento atual de toda estratégia, foi, originariamente, devida a uma determinada cabeça e, só com o correr de muitos anos, talvez milhares, passou a ser aceita por toda gente como perfeitamente compreensível.

O homem completou essa primeira descoberta com uma segunda. Aprendeu outras coisas, outros processos, que pôs a serviço da sua luta pela subsistência. Com isso começou a atividade criadora, cujos resultados vemos por toda parte. Essas invenções materiais, que começaram pelo emprego da pedra como arma, que levaram à domesticação dos animais. e, através de criações artificiais, deram ao homem o fogo e, assim por diante, até as múltiplas e espantosas descobertas de nossos dias, são evidentemente devidas à iniciativa individual, o que se torna claro se examinarmos as descobertas de hoje, sobretudo as mais importantes, as que mais impressionam.

Todas as invenções que vemos em torno de nós foram o resultado do poder criador e da capacidade do indivíduo e todas elas, em última análise, concorreram para elevar, cada vez mais, o homem acima do nível dos outros animais, distanciando-o dos mesmos em progressão sempre crescente.

O que, de começo, era apenas simples artifício para auxiliar os caçadores da floresta na sua luta pela existência, serve agora, sob a forma das brilhantes descobertas científicas dos tempos atuais, a auxiliar a humanidade nas lutas do presente e a forjar as armas para os embates futuros.

Todo pensamento humano, todas as invenções, em seus últimos efeitos. servem, em primeiro lugar, para facilitar a luta do homem pela vida neste
concepção científica passa despercebida no momento. Enquanto tudo isso auxilia o homem a elevar-se acima do nível das criaturas que o cercam, ele ortifica cada vez mais a sua posição, tornando-se, a todos os respeitos, o rei da criação.

Todas as descobertas são, pois, a conseqüência do poder criador do indivíduo. Todos esses inventores constituem, quer se queira quer não, os maiores ou menores benfeitores da humanidade. Sua atuação proporciona a milhões de homens, meios de subsistência e recursos posteriores para a facilitação da luta pela vida.

Se, na origem da civilização material de hoje, vemos sempre personalidades que se completam umas às outras e sempre realizam novos progressos, o mesmo acontece na execução e aperfeiçoamento das coisas descobertas. Os vários processos de produção, em última análise, são sempre obras de determinados indivíduos. O trabalho puramente teórico que, em relação a cada pessoa, dificilmente se pode medir, e que representa a condição indispensável para todas as descobertas posteriores, até esse trabalho é produto individual. As massas nunca inventam, nunca organizam ou pensam por si. No início de tudo está sempre uma atividade individual.

CHARLES DARWIN: ("A Origem do Homem" - Hemus Editora)

"Galton afirma: "Sinto desgosto em ser incapaz de resolver a simples questão sobre até que ponto homens e senhoras, que são muito geniais, são estéreis. Contudo, tenho demonstrado que homens eminentes não são absolutamente assim". Grandes legisladores, fundadores de religiões benéficas, grandes filósofos e génios da descoberta científica ajudam o progresso do género humano em medida mais elevada com as suas obras do que gerando uma numerosa prole. No caso das estruturas corpóreas, o fator que contribui para um progresso de uma espécie é a sele ção de indivíduos ligeiramente mais dotados e a eliminação daqueles menos dotados, e não a conservação de anomalias fortemente acentuadas e raras. O mesmo se dará com as faculdades intelectuais, visto que os homens um pouco mais hábeis em qualquer grau da sociedade têm melhor êxito do que os menos hábeis e, conseqüentemente, progridem em número, quando não são obstaculados de um outro modo. Quando numa nação o nível de inteligência e o número de pessoas inteligentes cresceram, de acordo com a lei do desvio da média, podemos contar com o aparecimento dos génios com um pouco mais de frequência do que antes.

No que diz respeito às qualidades morais, a eliminação das piores disposições está sempre aumentando também nas nações mais civilizadas. Os malfeitores são justiçados ou lan çados na prisão durante longos períodos, a fim de não pode rem transmitir livremente as suas más qualidades. Os hipo condríacos e os loucos são confinados ou suicidam-se. Os vio lentos e os briguentos encontram muitas vezes um triste fim. Os vadios que não têm nenhuma ocupação estável — e este resto de barbárie representa um grande obstáculo para a ci vilização — emigram para países há pouco colonizados, onde se transformam em úteis pioneiros. A intemperança é tão altamente destrutiva que a perspectiva de vida de um in-temperante, por exemplo na idade de trinta anos, é de ape nas 13,8 anos; ao passo que para os camponeses ingleses na mesma idade é de 40, 59 anos. As mulheres corrompidas geram poucos filhos e os homens corruptos raramente se ca sam; tanto elas como eles são vítimas de doenças. Na criação de animais domésticos, a eliminação dos indivíduos, embora escassos em número, que de algum modo evidente são inferiores, constitui um elemento em nada absolutamente negligenciável para o êxito. Isto é particularmente válido para aqueles caracteres negativos que têm a propensão ao reapa recimento através da reversão, como a cor negra das ovelhas; e no género humano, algumas das piores disposições que apa recem nas famílias, sem uma causa determinada, podem cons tituir talvez um retorno ao estado selvagem, do qual nos temos afastado em não muitíssimas gerações.
Esta ideia, na ver dade parece ser reconhecida pela expressão popular de que tais homens são as ovelhas negras da família.

Nas na
ções civilizadas, enquanto não for atingido um adiantado nível de moralidade e um notável número de ho mens sinceramente bons, a seleção natural tem efeitos apa rentemente escassos, embora os instintos sociais fundamen tais sejam originariamente adquiridos por seu intermédio. Quando tratei das raças inferiores, falei suficientemente das causas que levam a um progresso da moralidade, isto é, a aprovação dos nossos semelhantes — o fortalecimento da nos sa simpatia pelo hábito — o exemplo e a imitação — a razão — a experiência — e também o interesse pessoal — a edu cação na juventude e os sentimentos religiosos.

Greg e Galton muito t
êm insistido sobre o obstáculo mais importante, existente nos países civilizados, contra o au mento do número dos homens de classe superior, isto é, sobre o fato de que os mais pobres e os negligentes, que frequen temente são degradados pelo vício, quase invariavelmente se casam antes, enquanto que os prudentes e os frugais, que em geral são virtuosos também em outras maneiras, contraem matrimónio em idade avançada, com a finalidade de poderem ser capazes de permanecer, eles mesmos e os seus filhos, na comodidade. Os que se casam antes produzem em dado mo mento não só um maior número de gerações, mas põem no mundo muito mais filhos, conforme tem demonstrado o Dr. Duncan. Ademais, os filhos que são gerados da mãe du rante os primeiros anos de vida são mais gordos e, provavel mente, mais robustos do que aqueles que nascem em outros períodos. Ë o que se dá com os membros negligentes da sociedade, degradados e muitas vezes viciados, os quais têm a tendência de aumentar a uma porcentagem mais veloz do que os membros previdentes e em geral virtuosos. Ou, nas pala vras de Greg: "O irlandês imprevidente, esquálido, sem ambi ções, multiplica-se como os coelhos; o escocês frugal, previ dente, cheio de auto-respeito, ambicioso, austero na sua mo ralidade, espiritualista nas suas opiniões, sagaz e disciplina do na sua inteligência, passa os seus melhores anos na luta e no celibato, casa-se tarde, gera poucos filhos. Supondo um país originariamente povoado por cem saxões e com celtas — e vereis que numa dúzia de gerações os 5/6 da população serão célticos, mas os 5/6 da riqueza, do poder, do intelecto pertencerão à sexta parte de saxões que ficam. Na eterna "luta pela existência", é a raça inferior e menos favorecida que tem prevalecido e não por causa das suas boas qualidades, mas por causa dos seus defeitos."

É isso!

A Evolução da Criatividade - III


É isso!

"Veja" está cega"

"Lembra-te de Darwin é o título de um artigo do colunista André Petry, da revista Veja, numa clara referência à passagem bíblica do Eclesiastes: “Lembra-te do teu Criador”. Este artigo é uma nítida demonstração de que este periódico de alcance nacional não é apenas tendencioso na área política. Em outros âmbitos, ele perambula pelas mesmas beiradas do descrédito.

Se não, vamos aos detalhes:

"É assustador que, às vésperas do bicentenário do nascimento de Charles Darwin, pai da teoria da evolução, escolas brasileiras estejam ensinando criacionismo nas aulas de ciências”.

Já de início o tom encomiástico se faz sentir belamente ao “pai da teoria da evolução”. Erro histórico grave, a não ser, é claro, que se esteja atribuindo a Alfred Wallace o mero papel de “titio da evolução”. O autor visivelmente demonstra medo da concorrência acirrada do criacionismo ao seu magnífico darwinismo nas aulas de ciência. ((rs))

"Já se sabia que as escolas adventistas fazem isso. A novidade é que o negócio está se propagando. Em instituições tradicionais de São Paulo, como o Mackenzie, inventou-se até um método próprio para o ensino. "Antes, usávamos o material que havia disponível no mercado", explica um dos diretores da escola, Francisco Solano Portela Neto."

Aqui posto uma notícia acerca do ex-diretor da Royal Society, Michael Reiss, o qual foi expulso após expressar sua opinião não condizente com o dogma darwinista da "hegemonia científica de Darwin".

A proposta de um diretor da Royal Society, prestigiada instituição científica britânica à qual um dia pertenceu Charles Darwin, de incluir o criacionismo nas aulas de ciências nas escolas britânicas foi fortemente criticada por colegas.

Em uma intervenção no Festival da Ciência, celebrado em Liverpool, o diretor de educação da Royal Society, Michael Reiss, defendeu ser contraproducente banir das aulas todas as teorias alternativas para a origem a vida e do universo, só porque não têm base científica.

Reiss, que, além de biólogo, é sacerdote da Igreja Anglicana, afirmou que com essa exclusão somente se consegue que muitas crianças, vindas de famílias religiosas, se distanciem da ciência.

Reiss explicou que ele mesmo havia explicado o evolucionismo nas aulas até que compreendeu que "simplesmente esmagar" os alunos com a teoria da evolução não funcionava, em alguns casos.

"Me contentaria, agora, simplesmente se as crianças vissem o evolucionismo como uma forma a mais de compreender o universo", disse.

As palavras de Reiss tiveram uma resposta imediata por parte dos membros da comunidade científica.

"O criacionismo se baseia na fé e não tem nada a ver com a ciência, por isso não tem espaço nas aulas de ciência", disse Lewis Wolpert, biólogo da University College, de Londres.

Por sua parte, John Fry, físico da Universidade de Liverpool, afirmou que as aulas de ciências "não são o lugar apropriado para discutir o criacionismo, que é uma teoria que se opõe a qualquer demonstração científica."

De acordo com as diretrizes de educação fixadas pelo governo, o criacionismo não deve ser discutido em aulas de ciência, mas de religião”.

Fonte:
Estadão

"Não há problema em que o criacionismo seja dado nas aulas de religião, mas ensiná-lo em aulas de ciências é deseducador. Criacionismo é a explicação bíblica para a origem da vida. Diz que Deus criou tudo: o homem, a mulher, os animais, as plantas, há 6 000 anos. Quem estuda religião precisa saber disso. É uma fábula encantadora, mas não é ciência."

Sou da opinião do que o criacionismo e qualquer outro “ismo” seja ensinado, inclusive em aula de matemática ou lingüística computacional, desde, é claro, que se explique exatamente o que seja e o que pretende cada um desses “ismos”, incluindo aí o darwinismo e seu “irmão de sangue”, o materialismo dialético. Esse medo besta da “era das trevas” voltar e destruir a plena razão, não é digno de uma só “nota do Voltaire”: "Posso não concordar com nenhuma das vossas palavras, mas defenderei até a morte o vosso direito de enunciá-las".

Todavia, com um pouco de sutileza percebe-se que esta preocupação nada mais é do que o receio de que uma ideologia seja substituída por outra.

"É inaceitável que o criacionismo seja ensinado em biologia para explicar a origem das espécies. Em biologia, vale o evolucionismo de Darwin, segundo o qual todos viemos de um ancestral comum, há bilhões de anos, e chegamos até aqui porque passamos no teste da seleção natural."

Por que vale apenas o evolucionISMO, ou melhor, o EGOlucionismo?
Sim, pois não basta optar por uma teoria se não se explica exatamente com ela funciona: suas virtudes, suas falhas e defeitos. Lembrando que recentemente o Conselho de Educação de Texas decidiu que a o darwinismo pode ser devidamente questionado em sala de aula.

ALELEUIA, VIVA GALILEU!!!

"É a melhor (e por acaso a mais bela) explicação que a ciência encontrou sobre a aventura humana na Terra."

Como diria a personagem humorística: “Jesus toma conta!” ((rs)) Que coisinha mais fofinha esta teoria da evolução, não? ((rs)) Ela até pode ser bela, mas em muitos de seus aspectos ainda prefiro os contos dos irmãos Grimm!

"Quem contrabandeia o criacionismo para as aulas de biologia diz que, em respeito à "liberdade de pensamento", está "mostrando os dois lados" aos alunos."

Note-se o uso do verbo “contrabandear”, nitidamente numa referência a algo ilegal, ao mesmo tempo que passa a idéia de que se trata de um produto estrangeiro, americano, é claro. Como se na própria Inglaterra a ideologia criacionista estivesse excluída do "mapa". O tal articulista deve acreditar que o darwinismo nasceu tupiniquim, sendo também tupiniquim o próprio “pai da teoria da evolução”. ((rs))

"Afinal, são escolas religiosas, confessionais, e os pais podem ter escolhido matricular seus filhos ali exatamente porque o criacionismo é visto como ciência. Pode ser, errar é livre, mas que embrutece não há dúvida."

Ensinar criacionismo embrutece? ((rs)) O ateu, como diria Enézio, “posmoderno, xiita, fundamentalista, chique e perfumado a la Dawkins” deve acreditar que o darwinismo, além de ser belo e maravilhoso, é o caminho e a verdade e a vida, a luz que alumia a escuridão, o sal da terra, em suma: a libertação plena! “Libertas Quae Sera Tamem”.

"Embrutece porque ensina o aluno, desde cedo, a confundir crença e superstição com razão e ciência."

Santo Deus!!!
Ah, então o processo pelo qual um serzinho bonitinho, invisível e inobservável que ao longo de bilhões e bilhões de anos evoluiu e se transformou no “pensador” de Auguste Rodin, é tão verídico quanto a estátua da liberdade! Ademais, conheço "criacionistas de carteirinha" que são um doce de pessoa. Também tive o privilégio de um conhecer darwinistas de grande índole humana. Ora, o que embrutece o homem é a miséria aliada a ideologias perversas.

"É desnecessário. Que cientistas saem de escolas que embrulham o racional com o místico?"

Só lembrando que o grande Karl Poper denominou o darwinismo, por sua incapacidade de ser falseado, de programa metafísico de pesquisa. Não que isto seja sinônimo de místico, mas, se evoluir mais um pouco certamente chegará lá! ((rs))

"Há pouco, na Inglaterra, um reverendo anglicano defendeu o estudo do criacionismo na educação básica. Era diretor de educação da Royal Society. Queria colocar Deus no laboratório da escola. Cortaram-lhe o pescoço."

Faltou ao articulista dizer quem foram os carrascos que acionaram a guilhotina para decepar o pescoço do diretor da Royal Society. Me cortem o pescoço se eu disser que foi a turminha “Evo Psy”!!! ((rs))

"A Suprema Corte americana já examinou o assunto. Mandou o criacionismo de volta às aulas de religião. No Brasil, terra do paradoxo, o atraso avança."

Além de tendencioso o articulista não é dado à verdade dos fatos, do contrário teria discorrido sobre a decisão do conselho educacional de Texas que permitiu que a teoria da evolução fosse questionada pelos alunos em sala de aula.

"Darwin foi um gênio."

Os "gênios" costumam ter uma lâmpada com a qual realizam os desejos das pessoas. Parece que não encontraram ainda a "lâmpada mágica de Darwin".

"Em seu tempo, não se sabia como as características hereditárias eram transmitidas de pai para filho. Nem que a Terra tem 4,5 bilhões de anos e que os continentes flutuam sobre o magma. No entanto, a teoria da evolução se encaixa à perfeição nas descobertas da genética, da datação radioativa, da geologia moderna."

Que maravilha de teoria! Note-se o “se encaixa à perfeição”. Pelas babas de Darwin, é muita Antártica para pouca Brahma! E eu que pensei que ninguém iria superar a Brastemp!!! ((rs))

"Só um cérebro poderosamente equipado, conjugado com muito estudo, pode ir tão longe."

Será que ele está se referindo a Darwin ou a Dawkins!!! ((rs)) Fiquei na dúvida!!!

"Confundido com criacionismo, Darwin parece um macaco tolo. É assustador."

Que medinho!!!

Resta a "Veja! abrir os "olhos", pois os meus já se abriram a um bom tempo: não te compro mais!!!

É isso!

Darwin estava errado

“Darwinista é como corinthiano: sofre muito mas mesmo assim continua vestindo a camisa.”
((rs))

"Têm-se representado algumas vezes sob a figura de uma grande árvore as afinidades de todos os seres da mesma classe, e creio que esta imagem é assaz justa sob muitas relações.

Os ramos e os gomos representam as espécies existentes; os ramos produzidos durante os anos precedentes representam a longa sucessão das espécies extintas. A cada período de crescimento, todas as ramificações tendem a estender os ramos por toda a parte, a exceder e destruir as ramificações e os ramos circunvizinhos, da mesma forma que as espécies e os grupos de espécies têm, em todos os tempos, vencido outras espécies na grande luta pela existência.

As bifurcações do tronco, divididas em grossos ramos, e estes em ramos menos grossos e mais numerosos, tinham outrora, quando a árvore era nova, apenas pequenas ramificações com rebentos; ora, esta relação entre os velhos rebentos e os novos no meio dos ramos ramificados representa bem a classificação de todas as espécies extintas e vivas em grupos subordinados a outros grupos.

Sobre as numerosas ramificações que prosperavam quando a árvore era apenas um arbusto, duas ou três unicamente, transformadas hoje em grossos ramos, têm sobrevivido, e sustentam as ramificações subseqüentes; da mesma maneira, sobre as numerosas espécies que viviam durante os períodos geológicos afastados desde longo tempo, muito poucas deixaram descendentes vivos e modificados.

Desde o primeiro crescimento da árvore, mais de um ramo deve ter perecido e caído; ora, estes ramos caídos, de grossura diferente, podem representar as ordens, as famílias e os gêneros inteiros, que não têm representantes vivos e que apenas conhecemos no estado fóssil.

Da mesma forma que vemos de onde aonde sobre a árvore um ramo delicado, abandonado, que surgiu de qualquer bifurcação inferior, e, em conseqüência de felizes circunstâncias, está ainda vivo, e, atinge o cume da árvore, da mesma forma encontramos acidentalmente algum animal, como o ornitorrinco ou a lepidossercia, que, pelas suas afinidades, liga, sob quaisquer relações, duas grandes artérias da organização, e que deve provavelmente a uma situação isolada ter escapado a uma concorrência fatal.

Da mesma forma que os gomos produzem novos gomos, e que estes, se são vigorosos, formam ramos que eliminaram de todos os lados os ramos mais fracos, da mesma forma creio eu que a geração atua igualmente para a grande árvore da vida, cujos ramos mortos e quebrados são sepultados nas camadas da crosta terrestre, enquanto que as suas magníficas ramificações, sempre vivas e renovadas incessantemente, cobrem a superfície”
.

Fonte:
Charles Darwin – “A Origem das Espécies”, p. 146, 147.


Why Darwin was wrong about the tree of life
"For much of the past 150 years, biology has largely concerned itself with filling in the details of the tree. "For a long time the holy grail was to build a tree of life," says Eric Bapteste, an evolutionary biologist at the Pierre and Marie Curie University in Paris, France. A few years ago it looked as though the grail was within reach. But today the project lies in tatters, torn to pieces by an onslaught of negative evidence. Many biologists now argue that the tree concept is obsolete and needs to be discarded. "We have no evidence at all that the tree of life is a reality," says Bapteste. That bombshell has even persuaded some that our fundamental view of biology needs to change".

Evolution: Charles Darwin was wrong about the tree of life
"Evolutionary biologists say crossbreeding between species is far more common than previously thought, making a nonsense of the idea of discrete evolutionary branches..."

Cientista diz que modelo da árvore da vida de Darwin é equivocado
"A árvore da vida do naturalista britânico Charles Darwin, que mostra como as espécies estão inter-relacionadas ao longo da história da evolução, é equivocada e deveria ser substituída por um símbolo melhor, diz um biólogo do principal centro científico da França.

"Não temos provas de que a árvore da vida seja uma realidade", afirma Eric Bapteste, biólogo da Universidade Pierre e Marie Curie, de Paris, em declarações à revista "New Scientist".

Darwin projetou em 1837 uma árvore imaginária para mostrar como as espécies podiam ter evoluído, árvore que veio rapidamente a simbolizar a teoria da evolução por meio da seleção natural.

No entanto, a genética moderna demonstrou que representar a história da evolução em forma de árvore pode confundir, e muitos cientistas argumentam que seria mais realista usar uma espécie de bosque impenetrável para representar as inter-relações entre as espécies.

Os testes genéticos realizados com bactérias, plantas e animais revelam que as espécies se inter-relacionam entre elas muito mais do que se pensava, com o que os genes não passam apenas para a descendência pelos galhos da árvore da vida, mas se transferem também de algumas espécies para outras.

Os micróbios trocam material genético de forma tão promíscua que é difícil distinguir alguns tipos de outros, mas também as plantas e os animais se cruzam com muita regularidade, e os híbridos resultantes podem ser férteis.

Segundo alguns cálculos, 10% dos animais criam regularmente híbridos por meio do cruzamento com outras espécies.
EFE

É isso!