Adrian Desmond & James Moore: "A Vida de um Evolucionista Atormentado: Darwin". Geração Editorial. São Paulo, 1995.
Eu li isso...
Entrevistando Darwin:
H.D.:
Mister Charles Darwin, hoje eu gostaria de tratar com o senhor acerca de uma questão que tem suscitado os mais ferrenhos debates nos últimos tempos: religião, fé e crença em Deus. Como senhor explica essa tendência humana à religiosidade?
CHARLES DARWIN:
"Não existe prova de que o homem originariamente fosse dotado da nobre fé na existência de um Deus onipotente. Pelo contrário, existe ampla prova, fornecida não por viajantes ocasionais, mas por homens que residiram por muito tempo entre os selvagens, de que existiram numerosas raças, e ainda existem, as quais não têm ideia de um ou de mais deuses, e que em sua língua não têm palavras para exprimir esta ideia" (p. 115).
H.D.:
Mas como isso se deu exatamente?
CHARLES DARWIN:
"Conforme mostrou Tylor, é também provável que os sonhos tenham sido os primeiros a dar origem à ideia dos espíritos, visto que os selvagens de fato não distinguem entre as impressões subjetivas e objetivas. Quando um selvagem sonha, crê que as imagens que lhe aparecem provenham de longe para se deterem diante dele; ou então: "o espírito do sonhador divaga durante suas viagens e volta para casa com a lembrança daquilo que viu. Mas enquanto as faculdades da imaginação, da curiosidade, da razão, etc. não tiverem alcançado um desenvolvimento completo na mente do homem, os seus sonhos não levarão a crer nos espíritos mais do que um cão acredita" (p. 115).
H.D.:
Certo. E como o senhor analisa esta questão entre os povos que o senhor denomina de selvagens?
CHARLES DARWIN:
"A tendência que os selvagens possuem de imaginar que os objetos naturais e as causas são animados de essências espirituais ou viventes talvez possa ser ilustrada por um pequeno fato que certa vez presenciei: o meu cão, um animal adulto e muito sensível, num dia quente e tranquilo achava-se num prado; a uma pequena distância uma leve aragem de vez em quando movia uma sombrinha aberta; se alguém tivesse estado aí por perto o cão nem teria ligado para este detalhe. No entanto, toda vez em que a sombrinha se movia ligeiramente, o cão arreganhava os dentes e latia. Creio que deve ter perguntado, de maneira rápida e inconsciente, se o movimento sem causa aparente não estaria indicando a presença de algum estranho agente animado, e que nenhum forasteiro tinha o direito de estar no seu território.
A crença em agentes espirituais poderia facilmente levar à fé numa ou mais divindades. Com efeito, os selvagens atribuem aos espíritos as mesmas paixões, o mesmo amor pela vingança ou então as mais simples formas de justiça bem como os mesmos sentimentos que eles mesmos experimentam. Sob este aspecto parece que os habitantes da Terra do Fogo se acham numa situação intermediária, visto que, quando o cirurgião a bordo do "Beagle" abateu um pato selvagem novo, York Minster exclamou na maneira mais solene: "Oh, Sr. Bynoe, muita chuva, muita neve, muito vento", e isto era evidentemente uma punição atribuída ao fato de ter desperdiçado alimento destinado aos homens" (p. 116).
H.D.:
Então esse sentimento religioso nutrido pelo homem pode ser comparado com algum instinto animal?
CHARLES DARWWIN:
"Nenhum ser poderia experimentar uma emoção tão complexa sem avançar nas suas faculdades intelectuais e morais pelo menos até um certo nível moderadamente elevado. Não obstante, vemos um pálido sinal de aproximação a este estado da mente no profundo amor que um cão tem por seu dono, associado com a completa submissão, modo e talvez outros sentimentos. O comportamento que um cão tem quando volta ao seu dono e, como posso acrescentar, também o de um si mio para com o seu guarda amado, depois de transcorrida uma ausência, é muito diferente daquele que externa para com os seus próprios companheiros. Nesse último caso os transportes de alegria às vezes parecem ser menores e o senso de paridade se revela em toda ação. O prof. Braubach vai tão longe a ponto de sustentar que um cão considera o seu dono como um Deus” (p. 117).
H.D.:
Que mudanças o senhor pode apontar na forma de crença primitiva da atual, por exemplo?
CHARLES DARWIN:
“As mais elevadas formas de religião — a grande ideia de um Deus que abomina o pecado e que ama a justiça — era desconhecida durante os períodos primitivos” (p. 173).
H.D.:
A fé em Deus então evoluiu gradualmente assim como outros instintos?
CHARLES DARWIN:
"A fé em Deus tem sido muitas vezes considerada não só como a maior, mas como a mais completa distinção entre homem e animais inferiores. Contudo, conforme temos visto, é impossível sustentar que esta crença seja inata ou instintiva no homem. Por outro lado, a fé num agente espiritual onipresente parece universal e deriva, aparentemente, de um considerável progresso da razão humana e de um ainda maior avanço das suas faculdades de imaginação, curiosidade e maravilhamento. Sei que a fé instintiva em Deus tem sido usada por muitas pessoas como argumento da sua existência, mas este argumento está fora de questão, pois que assim seríamos levados a crer na existência de muitos espíritos cruéis e malignos, só em pouco mais poderosos que o homem; com efeito, a crença nestes últimos está bastante mais propagada do que aquela numa divindade benfazeja. A ideia de um Criador universal e benigno não parece que só surgiu na mente humana quando o homem se elevou mediante uma longa cultura. Quem acredita na procedência do homem de alguma forma inferior organizada, naturalmente perguntará como é que isto tem relação com a crença da imortalidade da alma” (p. 704).
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É isso!
Evolução em tempo real - XIII
Evolução em tempo real - I
Evolução em tempo real - II
Evolução em tempo real - III
Evolução em tempo real -IV
Evolução em tempo real -V
Evolução em tempo real - VI
Evolução em tempo real - VII
Evolução em tempo real - VIII
Evolução em tempo real - IX
Evolução em tempo real - X
Evolução em tempo real - XI
Evolução em tempo real - XII
Fonte:
Wort 1000
Seleção Natural como "Entidade Substitutiva"
Para o “evo psy” Daniel Dennett, a Seleção Natural "foi simplesmente a idéia mais brilhante que a humanidade já teve"!
Quando examinamos os tradicionais livros sobre teoria da evolução, dos mais variados autores, notamos com facilidade que de todos os mecanismos evolutivos ad infinitum, a Seleção Natural sobressai majestosamente como a “senhora absoluta da natureza.”
Em geral atribui-se à Seleção Natural o “poder de escolha”. Na verdade, no próprio termo “seleção” já está inserido o sentido de “escolha”. Segundo o dicionário que faço uso, seleção é o ato ou efeito de selecionar; escolha criteriosa e fundamentada. Nada tão contraditório, afinal, desde que instante causas naturais têm necessariamente “poder de escolha”? Se o processo é cego, não guiado e não inteligente, como pode ele escolher ou selecionar alguma coisa? Ou seja, por este critério a Seleção Natural tem as mesmas características de um “agente selecionador."
Na prática, portanto, (especificamente para os ultra-darwinistas) a Seleção Natural funciona como uma espécie de Entidade Substitutiva a um deus ou ao sobrenatural. Ela tem assim uma existência quase que independente, separada e autônoma, constituindo a natureza fundamental ou a essência de uma coisa, que é a própria Teoria da Evolução. Por este viés, portanto, ela seria a “causa final” de todas as coisas, o motivo de tudo existir, apesar de não lhe ser atribuído nenhum propósito. Em relação ao homem, por exemplo, seu poder ultrapassa os limites físicos, atingindo territórios até então explorados apenas pela teologia e a filosofia. Nada tão paradoxal...
É isso!
As "provas" nossas de cada dia...
PROVAS DA EXISTÊNCIA DE EXTRATERRESTRES
É isso!
Mais um tiro no pé da galera de Darwin
2 - Sobre el Origen de la Mente
É isso!
Eu li isso...
"Se se defende um argumento dizendo que as pessoas foram diretamente programadas para ele, como se pode continuar a defendê-lo caso a especulação esteja errada? O comportamento passaria a ser "não-natural" e digno de condenação. O melhor é ficar resolutamente com a posição filosófica da liberdade humana: o que adultos livres fazem entre si, em particular, é problema deles. Não precisa ser justificado — nem deve ser condenado — pela especulação genética”.
Stephen Jay Gould. “Darwin e os Grandes Enigmas da Vida, p. 265
Os puxa-sacos de Darwin - I
Bem. São muitos os que se dignificariam a receber este "lisonjeado" prêmio. O que mais se tem, hoje, na mídia e na academia de um modo geral, são os que vivem a louvaminhar servilmente o naturalista inglês?
As motivações são muitas e quase sempre sinceras. O problema é que justificam toda essa bajulação pelo viés da ciência, quando, na verdade, o fazem por uma necessidade idelógica. Darwin tem motivado uma infinidade de pessoas influentes a militarem ardorosamente a seu favor. A "ciência", para muitos deles, serve apenas como um pretexto para não serem vistos tais quais às "viúvas de Karl Marx."
A seguir, selecionei a esmo cinco nomes, incluindo um tupiniquim, os quais certamente teriam todas as credenciais para levar este fictício troféu. Ei-los:
A ideologia darwinista e a mídia tupiniquim
Charles Darwin, antes de qualquer cousa propôs, não uma nova ciência, mas uma "nova" ideologia. Ele fincou a base daquilo que se conhece por naturalismo filosófico, como uma reação aos ideais criacionistas que imperavam no seu tempo. E isso ele deixa bem claro no seu livro: “A Origem do Homem e a Seleção Sexual”, quando discorre acerca dos motivos que o levou a escrever seu outro livro “A Origem das Espécies”:
"Seja-me permitido dizer, como justificativa, que tinha em mente dois assuntos distintos: o primeiro, o de que as espécies não haviam sido criadas separadamente; e o segundo, o de que a seleção natural tinha sido o agente principal das mudanças, embora largamente coadjuvado pêlos efeitos hereditários dos hábitos e claramente pela ação direta das condições ambientais. Contudo, não tenho sido capaz de neutralizar a influência da minha primitiva opinião, então quase universal, de que cada espécie fora criada intencionalmente e isto levou ao tácito assentimento de que todo particular da estrutura, com exceção dos rudimentos, tivesse uma determinada utilidade, embora desconhecida. Todo aquele que assim pensasse, naturalmente poderia estender em muito a ação da seleção natural, tanto no passado como no presente. Alguns daqueles que admitem o princípio da evolução, mas rejeitam a seleção natural, ao tecerem críticas ao meu livro parecem esquecer que eu tinha pelo menos dois objetivos em mente. Com efeito, se me equivoquei ao atribuir à seleção natural uma excessiva importância, a qual hoje estou bem longe de admitir, ou se lhe exagerei o poder que em si mesmo é provável, pelo menos espero ter prestado um bom serviço, ajudando a pôr por terra o dogma das criações separadas."
Fonte:
"A Origem do Homem e a Seleção Sexual". Hemus Editora, página 76, 77.