Barbie também é darwinista

Segundo Charles Darwin, ao longo dos tempos as formas de vida foram evoluindo passo-a-passo mediante um processo denominado por ele de Seleção Natural, que - hipoteticamente - assegurou a sobrevivência do “mais forte”. Na visão original de Darwin, e evolução dava-se, pois, do simples para o complexo. O homem saindo de sua ínfima origem ascende por fim à plena civilização.

Dos muitos exemplos utilizados pelos devotos de Darwin para exemplificar a ação da Seleção Natural, destacam-se: a coloração das mariposas, as pequenas mudanças morfológicas em moscas-de-frutas, a resistência bacteriana a antibióticos, os bicos dos tentilhões etc.

Confesso que sempre considerei tais exemplos como de pouca relevância diante das grandes pretensões darwinistas, como no caso da interligação entre vírus, bactérias, plantas e animais. Sim, afinal, para quem almeja as alturas do Everest não vejo como suficiente apenas escalar o Pico do Jaraguá.

E foi pensando neste embaraçoso dilema darwiniano, que descobrir um exemplo o qual certamente os farão muito mais seguros quando tiverem de provar que Darwin tinha razão.

Trata-se do caso da famosa da bonequinha Barbie, que há mais de cinqüenta anos conseguiu a proeza de adaptar-se às mudanças e evoluir até converter-se, conforme a máxima darwinista, em uma sobrevivente, a "mais forte" entre todas todas as bonecas.

É isso!

Eu li isso...

"Os instintos são características físicas, materiais, que podem ser herdadas e submetidas às mesmas leis naturais que os caracteres morfológicos dos corpos viventes. Fica claro que, à semelhança de Lamarck e Spencer, Darwin expande sua visão de mundo materialista para o fenômeno mental: por entendê-lo como um caráter importante das espécies, conseqüentemente também o vê submetido à evolução biológica. Esta é a mesma linha de raciocínio de Guedes Cabral. A conseqüência deste traço evolutivo nos fenômenos mentais é a implosão da idéia de uma diferença qualitativa entre a mente humana e aquela dos animais, e a diferença passa a ser de grau, não de tipo. Ao falar da linguagem Darwin explicita este pensamento:

Diversos escritores [...] ultimamente têm insistido no fato de que o uso da linguagem implica o poder de formular conceitos gerais e que, de vez que se supõe que nenhum animal possui esta capacidade, se forma uma barreira impossível entre eles e o homem. Com respeito aos animais, já procurei demonstrar que os mesmos possuem esta faculdade, muito embora num nível rude e primordial (DARWIN, 1982 [1871], p.110).

Se a atividade mental é oriunda da matéria, e esta evolui por meios naturais, então o
comportamento social humano também pode ser entendido sob um viés evolucionista. Embora admitam premissas e conclusões totalmente diferentes, Spencer e Darwin parecem endossar a mesma lógica: numa realidade compreendida pelo viés materialista, é perfeitamente cabível que os fenômenos sociais, extensão da matéria em última instância, sejam regidos pelas mesmas leis naturais aplicadas às espécies biológicas. Desta forma, assim como a seleção natural é o mecanismo chave para a compreensão das diferenças morfológicas entre as espécies, ela também deve ser usada para a compreensão das estruturas sociais, tanto animais quanto humanas. Numa genealogia da sociedade, Darwin observa como esta pode ter surgido a partir dos animais inferiores:

Tem sido muitas vezes afirmado que os animais em primeiro lugar se
tornaram sociais e conseqüentemente experimentaram dor pela separação e alegria diante da associação; mas é mais provável que estas sensações tenham sido as primeiras a se desenvolverem, de modo que aqueles animais que tivessem auferido vantagem da vida em sociedade tivessem sido levados a viver juntos [...]. Na sociedade o sentimento de prazer constitui provavelmente uma extensão dos afetos para com os pais e os filhos, visto que o instinto social parece ter surgido em conseqüência da diuturna permanência dos jovens com os pais e esta extensão pode ser atribuída em parte ao hábito, mas principalmente à seleção natural. Para aqueles animais que foram superados pela vivência numa associação, os indivíduos que auferiram o maior prazer da vida em sociedade teriam sido mais felizardos em escapar dos vários perigos, enquanto que aqueles que menos cuidavam dos seus companheiros e vivam solitários teriam perecido em maior número (DARWIN, 1982 [1871], p.129-130).

Como corolário da citação acima, a estrutura moral das sociedades humanas
também se deve a uma base material. O nível moral que alcançamos hoje se explica pelo desenvolvimento de nossa sociedade e da forma como esta direcionou seus valores, tendo assim uma natureza contingente.

A natureza moral do homem atingiu seu nível atual em parte pelo
progresso de suas faculdades raciocinantes e, conseqüentemente, da opinião pública certa, mas sobretudo pelo fato de que as suas simpatias se tornaram mais dúcteis e mais difusas como efeito do uso, do exemplo, da instrução e da reflexão. Não é improvável que, depois de uma longa prática, as tendências virtuosas possam tornar-se hereditárias. Entre as raças mais civilizadas, a convicção da existência de um Deus onisciente exerceu uma forte influência no progresso da moralidade. Por fim o homem não aceitou o elogio ou a censura dos seus semelhantes como um único guia, embora poucos evitem esta influência, mas as suas convicções habituais, controladas pela razão, lhe ofereceram a lei mais segura. Então sua consciência se torna juiz e guia supremo. Apesar disso, o primeiro fundamento ou origem do senso moral reside nos instintos sociais [...], e esses instintos, como no caso dos animais inferiores, foram adquiridos inicialmente com a seleção natural (DARWIN, 1982 [1871], p.704-705).

A admissão do surgimento da moral por contingência implicou críticas ferozes ao
Descent of Man (1871) (MAYR, 1998; DESMOND & MOORE, 2001). Após haver “destronado Deus”, explicando a vida de uma forma puramente natural e materialista, Darwin parecia ter atacado também, desta vez diretamente, a idéia de um valor absoluto, minando qualquer autoridade baseada nos critérios eternos do certo e do errado – minando, portanto, qualquer autoridade baseada em valores eclesiásticos, como a própria sociedade inglesa contemporânea. Engessada por legitimação divina, a Inglaterra de Darwin, onde cada um ocupava seu lugar perfeitamente determinado por Deus e, por isso, inalterável, era o próprio reflexo da scala naturae e seus animais estaticamente representados: assim como esta havia sido destruída nas bases que dava à história natural, seu reflexo social também pareceu ruir com este suposto ataque frontal à moral absoluta. No próprio Descent of Man (1871), numa nota de rodapé, Darwin procura se defender deste tipo de acusação:

Numa hábil dissertação sobre o assunto [uma comparação entre o senso
moral dos humanos e das abelhas] [...], H. Sidwick observa que “podemos estar seguros de que uma abelha de ordem superior aspiraria a uma solução mais branda do problema da população”. Julgando, porém, pelos hábitos da maioria dos selvagens, o homem resolve o problema com o infanticídio das mulheres, com a poliandria e com as relações promíscuas: por isso se pode muito bem duvidar que possa existir um método mais brando. Ao comentar a mesma explicação [...] Cobbe sustenta que deste modo seriam anulados os princípios do dever social. Desta opinião quer-me parecer que se deve entender que esteja pensando que o cumprimento do dever social tende a prejudicar os indivíduos; mas se esquece do fato, que deveria admitir sem dúvida, de que os instintos das abelhas foram formados para o bem da comunidade. Vai tão longe a ponto de sustentar que, se a teoria da moralidade exposta neste capítulo fosse aceita geralmente, “não poderia senão crer no momento em que o seu triunfo tocasse a última hora da virtude humana”. É de se esperar que a confiança na permanência da virtude nesta terra não se apóie, para muitas pessoas, num sustentáculo tão débil (DARWIN, 1982 [1871]).

Fonte:
"AS FUNÇÕES DE FUNCÇÕES DO CEREBRO (1876): UM ESTUDO DO EVOLUCIONISMO DE DOMINGOS GUEDES CABRAL" (1852-1883): ROBERTO SOBREIRA PEREIRA FILHO (Dissertação de Mestrado apresentada ao Curso de Pós-Graduação em História das Ciências e da Saúde da Casa de Oswaldo Cruz-FIOCRUZ, como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre). Área de Concentração: História das Ciências. RIO DE JANEIRO, 2008.

É isso!

Cartas a Darwin...

Por ocasião da comemoração dos 200 anos de nascimento de Charles Darwin, o site BBC em língua espanhola convidou seus leitores a escrever cartas para Charles Darwin. Por simples curiosidade, selecionei e traduzir uma delas, de um equatoriano admirador do naturalista:

"Querido Charles Darwin,

O mundo se compõe de 2 tipos de seres humanos: os que amam a ciência e os demais.

O círculo é infinito, mas, se o recortarmos ele se transformará em linha reta, e se esturdarmos esta veremos que se compõe de pontos, e cada ponto estará repleto de átomos, e estes de subpartículas, e assim sucessivamente.

Não há a menor dúvida de que sua teoria da evolução é brilhantemente fabulosa, e com uma lógica genial.

Obrigado por ter antecipado algo, que mais cedo ou mais tarde seria descoberto.

Não há menor dúvida que, ao lado de seu compatriota Hawkings, é você a mente mais límpida das ilhas britânicas, em todos os tempos"
(A. B. D., Equador).

Bom. Não tive a oportinidade de também dirigir uma missiva ao nobre naturalista inglês, todavia, como diz o dito popular: antes tarde do que nunca. Sendo assim, aqui vão minhas atrasadas considerações ao autor do “A Origem das Espécies”:

Caro Sr. Charles Darwin,

Já se passaram mais de 150 anos desde que o senhor publicou seu livro “A Origem das Espécies”. Embora muita cousa tenha mudado no âmbito da ciência no decorrer de todo este tempo, sua teoria da evolução, tal qual o gradualismo que a rege, ainda permanece numa pachorra daquelas.

Sim, é bem verdade que seus póstumos discípulos andaram buscando alternativas que lhes dessem ares de modernidade, quando introduziram em seu bojo as idéias de um certo monge chamado Mendel. No entanto, conforte-se, pois a essência de sua teoria continua totalmente blindada contra os ataques insanos dos fundamentalistas insanos.
Natura non facit saltum!

Infelizmente, porém, a vida não é lá sempre é um mar de rosas. Vez ou outra faz-se necessário lidar também com seus afligentes espinhos. E por falar de espinhos, faço-lhe saber que aquela bela árvore genealógica que o senhor tão caprichosamente delineou foi reduzida a simples capim-de-burro. A Seleção Natural, e é com pesar que lhe transmito isso, aos poucos parece perder todo aquele brilho que inicialmente incendiou os debates acadêmicos logo após a publicação do seu famoso livro.

E quanto àquela sua previsão de que
no futuro o hiato entre o ser humano e o símio seria ainda mais ampliado pela previsível extinção de espécies intermediárias co­mo o chimpanzé e o hotentote, ela cumpriu-se durante muito tempo em várias partes do mundo. A sua nação a Inglaterra, por exemplo, fez prevelecer sua força na África, na Ásia e na América, subjugando seus habitantes e levando muitas de suas riquezas. O “mais forte” por fim prevaleceu...

Bem. Eu teria ainda muitas outras novidades a comunicar-lhe, porém, por hora chegam essas. Se ninguém é de ferro, muito menos os são os mortos. ((rs))

Com darwinais saudações,

É isso! ((rs))

O homo sapiens argentino


Ora, vejam só!

O homo sapiens, quem diria, já foi originário de la tierra de los hermanos, a Argentina. Pelo menos foi o que defendeu com tenacidade o naturalista, paleontólogo e antropólogo
Florentino Ameghino, em sua obra "Los monos fósiles de la República Argentina", de 1891. Segundo este deslumbrado darwinista o homo spiens apareceu pela primeira vez na América do Sul, de onde a partir do istmo do Panamá seguiu até a América do Norte, até alcançar a Ásia. Daqui, via Groenlândia, ele finalmente chegou às terras de Darwin, na Europa.

Esta tese de
Ameghino teve tão grande impacto na Argentina que até se transformou num poderoso instrumento de política nacional.

Sorte dos brasileiros que ela não foi levada à sério. Já imaginou? ((rs))

É isso!

Psicologia evolucionista: e agora?

Em 2009 as revistas Science (americana) e Nature (britânica) listaram os avanços científicos mais significativos daquele ano. Em terceiro lugar da lista apreciam as pesquisas de Marc Hauser, sobre “o valor biológico da justiça”. Hauser, segundo foi divulgado, demonstrou que um macaco prefere passar fome a ter de aceitar uma situação de injustiça, o que sugeriria que o sentimento de justiça é algo que conduzimos em nossa carga genética.

Como já foi amplamente noticiado dias atrás, o biólogo de Harvard foi afastado desta prestigiosa universidade por suspeita de fraudes em suas pesquisas. Em 2006 Hauser propôs através de seu livro “Moral Minds” (“Mentes Morais”) que o cérebro possui um mecanismo geneticamente determinado na obtenção das regras morais. Numa entrevista publicada neste mesmo ano pela a revista Crescer, quando perguntado sobre “a gramática moral”, que supostamente orienta nossos julgamentos de certo e errado, respondeu: De forma resumida, a idéia é de que existe um conjunto de princípios ou regras inconscientes e inacessíveis que orienta nossos julgamentos intuitivos de certo e errado. Os princípios consistem em cálculos em relação às causas, intenções e conseqüências da ação referente a questões de bem-estar e justiça.

A fragilidade da chamada psicologia evolucionista há muito foi discutida por outros darwinistas, como Stephen Jay Gould e Richard Lewontin. Dentre os principais problemas com esta vertente da teoria evolutiva, pode-se citar:

1. Suas hipóteses dependem de conclusões extrapoladas a partir de eventos que supostamente aconteceram em um tempo muito remoto.
2. Suas explicações não podem ser verificadas experimentalmente e, portanto, fica no “acredite se quiser”.
3. Suas extrapolações partem da premissa de que os comportamentos essenciais da espécie humana estão traçados dentro dos seus genes, sendo por eles transmitidos à sua posteridade.
4. Suas premissas dizem que, se existem maneiras universais de agir, é porque foram selecionadas no decorrer da evolução.
5. Suas pesquisas são todas conduzidas para provar a Teoria da Evolução como um fato consumado, daí obras como “Mentes Morais” e “O Gene Egoísta”.

É isso!

As heranças de Darwin e Marx

Não! Não estou me referindo às heranças ideológicas: o comunismo e o darwinismo, mas aos bens que ambos deixaram por disposição testamentária.

Segundo publicou-se recentemente por meio de informações obtidas dos arquivos do site inglês “Ancestry”, Karl Marx morreu na pobreza, em 1883, deixando uma herança de apenas 250 libras para sua filha caçula Eleonor. Hoje esse valor correspondería a 36.268 dólares.

Em contrapartida, Charles Darwin, que morreu em 1882, deixou como herança um patrimonio de 146.911 libras, correspondente hoje a 20,4 milhoes de dólares. A riqueza de Darwin foi quase o dobro daquela que deixou o escritor Charles Dickens (10,9 milhões de dólares).

É. Como escreveu Nélio Bizzo (“O que é Darwinismo”): "
Darwin não entendia nada de herança biológica, mas no outro tipo de herança era ‘expert’”. Tinha recebido verdadeira fortuna do pai (cerca de 250 mil dólares). Mesmo sem nunca ter trabalhado, conseguiu amplia-la... A teoria darwinista baseia-se fundamentalmente na suposição de que os organismos evoluem porque se daptam às condições do mbiente. Pode haver visão mais cômoda para um joevem burguês almofadinha, interessado em manter a disciplina de seus empregados?"(p. 56).

É isso!

Evolução em tempo real (VÍDEOS)

Um pouco de humor, porque hoje é sexta-feira e ninguém é de ferro!








É isso!

Darwinismo "Awards" - IV

Não satisfeito por apenas especular no âmbito das ciências biológicas, o darwinismo passou a meter seu bedelho em tudo quanto é buraco do conhecimento humano, como a Psicologia, a Sociologia e até mesmo a Teologia. Essas quixotescas aventuras darwinianas, como já seria de se esperar, culminou em teorias excentricamente bizarras, extravagantes e escalafobéticas, como as que suguem:

1. TEORIA DA INTELIGÊNCIA MAQUIAVÉLICA

De acordo com um estudo realizado por Sergey Gavrilets e Aaron Vose, da Universidade de Tenesse (EUA), o fator mais importante que impulsionou o desenvolvimento do cérebro foi a intensa competição social. A Seleção Natural teria favorecido aqueles indivíduos que sabiam extrair melhores proveitos da vida em sociedade. Os mais astutos, maquiavélicos, mentirosos e enganadores, além de terem tido mais êxito social e reprodutivo, eram capazes de formar grupos mais consistentes e duradouros (El Mundo).

2. TEORIA DA AUTOFLAGELAÇÃO
Segundo o paleoantropólogo Eudald Carbonell, a autoflagelação (ou auto-sacrifício), ou seja, a flagelação cometida contra si próprio, é resultado da Seleção Natural, o que favorece a sobrevivência da espécie, aumentando assim a coesão social do grupo (El Mundo).

3. A TEORIA DA EVOLUÇÃO DO PESCOÇO
Num estudo realizado por pesquisadores da Universidade Cornell (EUA) concluiu-se que o pescoço deu ao homem tamanha liberdade de movimentos que teve papel fundamental na evolução: “De acordo com a pesquisa, liderada por Andrew Bass, durante a transição ocorrida entre peixes e animais que passaram a caminhar sobre a terra - que deu origem aos mamíferos, a fonte dos neurônios que controlam diretamente os membros superiores se deslocou do cérebro para a medula espinhal, à medida que o tronco se distanciou da cabeça e o pescoço entrou em cena” (O Estado de São Paulo).

4. TEORIA DA CURVATURA LOMBAR DA MULHER
Para Liza Shapiro, antropóloga da Universidade de Texas, em Austin (EUA), coluna lombar das mulheres começou a modificar-se a milhões de anos durante o período da gestação. A Seleção Natural, diz ela, favoreceu esta adaptação porque isso reduzia o estresse sobre a coluna das mulheres” (El Mundo).

5. TEORIA DO VERMELHO ATRATIVO

Segundo Andrew Elliot, professor de psicologia da Universidade de Rochester, nos (EUA), homens vestidos de vermelhos tornam-se mais atraentes: “A ligação do vermelho com poder tem precedentes tanto biológicos quanto culturais. Em alguns primatas, como mandris e geladas (tipos de babuínos), a cor é um indicador de dominância. Os machos alfa expressam essa cor de forma mais intensa. As fêmeas dessas espécies acasalam mais frequentemente com os machos alfa que, em troca, proveem proteção e alimentos” (Folha de São Paulo).

É isso!

Eu li isso...

"A situação com os memes é bastante diferente. O que são memes? Onde eles se localizam? Como podem ser descritos em termos biológicos, químicos e físicos? Se não fossem propostos, nossa compreensão do desenvolvimento cultural e da história das idéias não seria prejudicada. O meme é simplesmente um figurante opcional, um complemento desnecessário para a gama de mecanismos teóricos propostos para explicar o desenvolvimento da cultura. Ele pode ser abandonado sem problema pelos teóricos da cultura.

E o que dizer do mecanismo pelo qual os memes são supostamente transmitidos? Uma das implicações mais importantes da
descoberta da estrutura do DNA foi que ele abriu caminho para uma compreensão do mecanismo da replicação. Então, qual mecanismo físico é proposto no caso do meme? Como um meme causa um efeito memético? Ou, colocando a questão de uma forma mais contundente: por onde deveríamos começar se fossemos fazer experiências para identificar e estabelecer a estrutura dos memes, sem dizer explorar a sua relação com os alegados efeitos meméticos?

Ora, se a memética fosse uma legítima ciência baseada na evidência, comparável à genética, não haveria qualquer dificuldade específica. Poderia ser argumentado que o pesquisador memeticista da evolução cultural estaria numa situação semelhante à de Darwin nos anos de 1850 — observando padrões que parecem exigir algum tipo de transmissão de características herdadas, embora ele não tivesse nenhuma explicação para tal mecanismo. No entanto, não vejo qualquer razão para sugerir que a memética oferece sequer uma descrição plausível, para não dizer uma explicação, da evolução da cultura humana. Enquanto Darwin acumulou uma grande quantidade de evidência observacional era favor de suas teorias, a memética ainda precisa fazer muitos avanços significativos nessa frente. Sem nenhuma surpresa, a sua plausibilidade está em decadência".

Fonte:
O Deus de Dawkins”: Alister McGrath. Tradução: Sueli Saraiva. Shedd Publicações, 2008.

É isso!

A falsa beleza darwiniana

Até aqui me tenho referido somente às espécies em que os machos apresentam cores mais vivas do que as fêmeas e atribuí a sua beleza ao fato de que durante muitas gerações as fêmeas devem ter escolhido os machos mais atraentes e com eles ter-se acasalado. Ainda que raros, existem contudo casos contrários em que as fêmeas são mais vistosas do que os machos; e aqui, como creio eu, os machos têm escolhido as fêmeas mais belas e desta maneira aumentam lentamente a sua beleza. Desconhecemos o motivo por que em várias classes de animais os machos de algumas espécies escolheram as fêmeas mais belas ao invés de aceitarem com prazer qual­quer fêmea, conforme parece regra geral no reino animal; mas se as fêmeas fossem muito mais numerosas do que os machos — contrariamente a quanto geralmente acontece com os Lepidópteros — então os machos provavelmente escolhe­riam as fêmeas mais belas” (“A Origem do Homem e a Seleção Sexual”. Hemus Editora. São Paulo, 1974, p. 376).

Poucas cousas são tão subjetivas quanto a definição do que seja o belo. O “feio” é sempre aquele que não me agrada e que não se enquadra nos meus padrões de beleza. O fato de uma mulher ser considerada bela não faz dessa mulher realmente bela. Ela pode ser “bela” para mim, o que não significa que será assim para o vizinho do lado. Não há, pois, um padrão de beleza que se possa tomar como universal. E se já é complicado definir beleza a partir das lucubrações humanas o que se dirá tentar entendê-la sob a lógica dos bichos!

Assim, d
ada a relatividade dos conceitos de beleza, e tomando como referência a explicação de Darwin acima citada, pergunta-se:

Por que os encantos das fêmeas e a força do macho são as características mais seletivas? Como a fêmea sabe que aquele macho é realmente o mais belo e o mais vigoroso entre todos os demais? Ele é mais belo apenas porque a fêmea o escolheu para acasalar e gerar filhotinhos? Qual, afinal, o critério que se estabelece para concluir que o escolhido seja de fato o mais belo e o mais vigoroso?

Ou no caso específico do homem, como indagaria Penna (“Polemos”): c
omo explicar o “strip-tease” feito pelo
Homo sapiens no decorrer da evolução, levando em conta a relatividade dos conceitos de beleza? Por que não poderíamos, em outras circunstâncias do processo evolutivo, cativar-nos diante da beleza de uma mulher peluda em vez de pelada, da mesma forma como admiramos, digamos, a beleza da peliça de uma gata angorá, uma raposa argentée, uma égua de corrida ou uma fêmea de tigre?

Hum?

É isso!

Ainda sobre o afastamento de Marc Hauser


Conforme foi divulgado neste blog recentemente, o psicólogo americano Marc Hauser, um conhecido expoente da chamada Psicologia Evolucionista, que nada mais é do que o espojo vivificante da velha e Sociobiologia darwinista, foi afastado da Universidade Harvard por “má conduta científica”, sendo acusado de fraudes em pesquisas sobre a “moral inata”.

No auge de sua fama, em 2002, Hauser deu uma entrevista à Folha de São Paulo, na qual falou de seus trabalhos sobre a linguagem humana e dos animais. Lá pelas tantas o jornalista lhe perguntou:
Como foi a recepção à idéia de que todos os animais são equipados com um "kit" cognitivo básico”? Ao que ele respondeu:
“Eu acho que a reação foi relativamente favorável. A idéia básica de que há especializações distintas no cérebro é uma visão predominante na ciência cognitiva, então, o que eu sugeria para animais não era repugnante para as pessoas em ciência cognitiva. Desde que eu publiquei o livro, um dos estudantes que trabalhavam comigo [Brian Hare] mostrou, agora em chimpanzés, evidências muito mais fortes para uma capacidade que eu disse que faltava em animais, que é a de atribuir crenças e desejos a outros indivíduos, a chamada teoria da mente".

Sobre a questão de sua má conduta em Harvard, segundo um artigo publicado em The Chronicle, os resultados dos experimentos em questão foram transcritos por Hauser e um assistente de seu laboratório. Hauser solicitou a um segundo assistente para rever os dados. Ao revisar as transcrições do primeiro assistente, este outro notou que os macacos não demonstravam apresentar nenhuma alteração nos padrões a que foram submetidos. O resultado, portanto, apontava para um total fracasso na pesquisa. Todavia, na transcrição feita por Hauser o saldo final dos experimentos com os macacos apresentou absoluto sucesso. Mais tarde os dois assistentes decidiram revisar os dados sem a permissão de Hauser e os transcreveram de forma independente, encontrando grandes falhas na pesquisa feita pelo professor de Harvard. A partir daí o castelo do famoso psicólogo evolucionista começou a desmoronar, culminando no seu afastamento dessa prestigiosa universidade.

Sempre fui um crítico das especulações darwinistas da chamada Psicologia Evolucionista, também conhecida por "Evo Psy". O motivo básico é que geralmente tais pesquisas já partem de uma idéia pré-concebida e de um desejo que as cousas se sucedam de um determinado modo. No fim eles sempre acabam dando um jeitinho de “provar” que Darwin tinha razão e por vai...

É isso!

A sobrevivência de uma tautologia

Recentemente alguns jornais espanhóis noticiaram que o Conselho Superior de Pesquisas Científicas (CSIC) obteve provas que confirmariam a máxima darwinista “sobrevivência do mais apto” como um fato suscetível de experimentação. A pesquisa baseou-se em observações realizadas a partir das gaivotas de Mallorca, e dizia que os gaviões e os urubus escolhiam como vítimas os pássaros com deformações corporais e com sérias patologias internas, ou seja, os “menos aptos” (vide: “Las gaviotas de Mallorca confirman las teorías de Darwin”).

Já aqui no Brasil foi noticiado hoje um estudo que, na contramão do outro, questiona o velho dístico “sobrevivência do mais apto” de Herbert Spencer, o qual fora aplicado por Darwin em sua teoria sobre evolução. Segundo o jornal Estado de São Paulo (a matéria é da BBC), uma pesquisa conduzida pelo estudante de pós-doutorado Sarda Sahney e outros colegas da Universidade de Bristol contesta o conceito darwinista de que uma intensa competição por recursos em ambientes altamente populosos é a grande força por trás da evolução: "Por exemplo, apesar de os mamíferos viverem junto com os dinossauros há 60 milhões de anos, eles não conseguiam vencer os répteis na competição. Mas quando os dinossauros foram extintos, os mamíferos rapidamente preencheram os nichos vazios deixados por eles e hoje os mamíferos dominam a terra" (vide: “Estudo questiona 'sobrevivência do mais forte' de Darwin”).

Não creio que este último estudo seja mais apurado do que o outro. Ambos trilham pelo mesmo atalho da especulação e parecem refletir a repetida estratégia darwinista em fazer uso de determinados fenômenos naturais para provar o “fato” da evolução. Ou seja, no fim de tudo a cousa desemboca para interesses ideológicos. O fato é que o famigerado lema “sobrevivência do mais apto” tem sido de grande importância para a sobrevivência financeira de muita gente. Haja vista o dinheiro gasto neste tipo de pesquisa.

É isso!

Eu li isso...

“Huxley encontrava-se em dificuldade a respeito da evolução so­cial do homem. Como podia a seleção natural ter produzido sociedades organizadas se ela favorecia a agressividade e a afirmação dos próprios direitos masculinos? Darwin tinha tentado responder argumentando que as tribos ou sociedades seriam selecionadas em desfavor de outras tribos pela média das suas qualidades. Mas "a convivência" — escreveu Huxley — "é contrária à luta pela existência na natureza". Devia exis­tir alguma outra explicação para a aparente persistência do homem social, pois era inconcebível que ela não fosse um estado estável. Optou por uma forma de evolução social: as ligações sociais podiam diminuir a adaptabilidade de um indivíduo, mas aumentar as chances da tribo. A educação elevava o nível social, embora não contribuísse para a hereditariedade física do indivíduo. Huxley não acreditava na hereditariedade dos caracteres adquiridos, mas acreditava apaixona­damente na necessidade da educação universal.

Os contempor
âneos masculinos de Darwin estavam mais encan­tados com a escolha feminina do que com a rivalidade masculina e prontos para aplicá-la com entusiasmo. Qual deles não gostaria de ser o macho escolhido? Galton era sincero em sua sustentação. Que melhor explicação para a timidez feminina — perguntava — do que a seleção sexual? A timidez deve ser uma "condição essencial" da sele­ção sexual: a mulher não deve aceitar o primeiro a aparecer, mas es­perar e ver quem mais pode apresentar-se antes de fazer a sua escolha.”

É isso!

Fonte:
"As Idéias de Darwin". Wilma George. Editora Culturix. São paulo, 1982, p. 80.

O mito de Darwin e os outros mitos - IV

FÁBULAS DA CIÊNCIA

A TEORIA DA FLOGÍSTICO (OU FLOGISTO)
Essa teoria dizia que todos os corpos combustíveis, incluindo os metais, possuíam um material comum, o flogístico, que escapava durante a combustão, mas podia ser facilmente transferido de um para outro corpo. Embora esse tal “flogístico” nunca tenha existido, durante quase cem anos ele foi aceito como um fato consumado.

A GERAÇÃO ESPONTÂNEA (OU ABIOGÊNESE)
De acordo com Amabis e Martho, em “Fundamentos da Biologia Moderna”, “até meados do século XIX, a população em geral e parte considerável dos cientistas recorriam à teoria da geração espontânea, também conhecida por abiogênese, para explicar a origem da vida na Terra”.

O LAMARCKISMO
Da forma como foi inicialmente formulado por Lamarck, esta teoria dizia, por exemplo, que se o rabo do cachorro fosse cortado a cada geração, os rabos curtos seriam finalmente herdados geneticamente.

A TEORIA DA RECAPITULAÇÃO

Essa teoria, que tinha como lema “a ontogenia recapitula a filogenia”, afirmava que o desenvolvimento embrionário de cada espécie, ou seja, a ontogenia, recapitulava a história dessa mesma espécie, ou seja, a filogenia. Com outras palavras, dizia-se que ao longo do seu desenvolvimento embrionário um indivíduo representava uma das formas que teve em sua história evolutiva.

A TEORIA DO ÉTER

O “éter” foi uma forma que alguns cientistas usaram para exemplificar o que denominaram de “observador privilegiado”, algo imaginado a partir das dificuldades em explicar a teoria eletromagnética.

A TEORIA DOS QUATRO HUMORES
Segundo esta teoria, o corpo humano é composto de quatro substâncias básicas, que denominaram de “quatro humores”, a partir do qual era possível indicar como se encontrava a saúde de uma pessoa.

A FRENOLOGIA
Esta teoria afirmava que o formato do crânio, da cabeça e da feição podia revelar tendências criminosas numa pessoa. Um que usou e abusou desta teoria foi o médico italiano Cesare Lombroso.

LENDAS DO DARWINISMO

A "SOBREVIVÊNCIA DO MAIS APTO"
Segundo o darwinismo, a Seleção Natural tende a favorecer o indivíduo mais forte, mais esperto, mais inteligente e mais egoísta no sentido de preservação da própria vida e descendência, contudo, além de se tratar de mera tautologia, tal assertiva não explica, por exemplo, por que a natureza criou heróis altruísticos prontos a se sacrificar pelos mais fracos.

A COEVOLUÇÃO

A chamada "coevolução" não consegue explicar satisfatoriamente as relações entre um hospedeiro e o seu parasita, levando em conta, por exemplo, a hiperfecundidade deste último.

O ADAPTACIONISMO
O adaptacionismo é uma das mais utilizadas muletas darwinistas. Quando um argumento adaptativo falha, tenta-se outro em seu lugar. Se se descobre, por exemplo, que o rosto largo dos Esquimós não foi uma adaptação ao frio, diz-se que fora assim constituído para aumentar a força mastigatória das suas mandíbulas etc. e tal.

O ALTRUÍSMO

Segundo explicação darwinista, ao beneficiar seus parentes, os atos altruístas preservem os genes altruístas, mesmo que o altruísta não seja aquele que vai perpetuá-los, de modo que, ao executá-lo, um altruísta estará na verdade aumentando sua própria representação genética em futuras gerações. Ou seja, a seleção favorecerá a preservação desses genes altruístas. Porém, o que dizer de atos altruístas em benefício de não-parentes?

O GRADUALISMO

Segundo os darwinistas, a evolução deu-se lenta e gradativamente e, a chamada explosão marcaria apenas o primeiro surgimento no registro fóssil de criaturas que teriam se desenvolvido durante boa parte do pré-cambriano. Sendo assim, o que teria impedido a fossilização de faunas tão ricas?

O RELOJOEIRO CEGO

Uma das maiores dificuldades da tese do “relojoeiro cego” refere-se à sua extrema incapacidade em explicar a evolução gradual dos sistemas bioquímicos complexos ou como um estágio evolutivo sucedeu outro nesse caso específico.

A SELEÇÃO DE PARENTESCO

Por que, afinal, toda espécie ameaçada em sua sobrevivência não poderia reagir ao desafio pelo o aumento de sua fertilidade? Por que não seriam eliminadas todas as espécies, exceto as mais férteis?


É isso!