Tinga e o darwinismo

Não foi a primeira vez que manifestações racistas se fizeram presente em estádios de futebol contra jogadores negros. Na Europa isso era muito corriqueiro, até os clubes começarem a ser responsabilizados pelo que faziam seus torcedores. Aí a coisa começou a mudar.

O que os torcedores peruanos fizeram ontem, quando jogavam Cruzeiro e Real Garcilaso, nada mais foi do que uma imitação imbecilizada dos europeus, os quais inventaram e espalharam ao mundo o conceito racista de semelhança entre o negro e o macaco.

Até o advento do darwinismo social, iniciado na Inglaterra, especialmente com Spencer, Galton, Darwin, entre outros, não havia racismo nesse aspecto restrito. Foi apenas com o surgimento dos ideais de evolução com o sentido de “progresso” que o homem, especialmente o africano, passou a ser ligado a um suposto ancestral humano e os símios. 

Esse argumento racista sustentou ideologicamente por décadas o regime segregacionista na África do Sul. Dizia-se que o negro, por seu “estágio evolutivo inferior” não podia ser socialmente igual ao branco “civilizado”, daí toda a opressão que levaram adiante contra este povo.

Lamentavelmente esta mentalidade darwinista ainda perdura em pleno século XXI. É o tipo de ideologia perversa, que humilha o ser humano e o coloca no mesmo patamar de um animal irracional.

Quando me oponho ao darwinismo, alguns me criticam por estar “contra a ciência”; porém, sabe-se que do rótulo de “ciência” se utilizaram os nazistas e outros grupos políticos, com o intuito de exterminar minorias. Aliás, não é possível desvincular a ciência de qualquer outro sistema social vigente numa determinada sociedade. Todos são suscetíveis de manipulações para propósitos político-ideológicos diversos. 

Não há, pois, dúvida de que o darwinismo foi uma arma atroz para a humanidade durante muito tempo. Sob pretexto de que se faziam ciência, grupos humanos ao redor do mundo foram estigmatizados e lançados no buraco escuro do racismo.

O que ocorreu com o jogador Tinga é apenas uma mostra de como velhos e superados conceitos podem ser “reciclados” para os mesmos fins de quando foram formulados. É que estão arraigados nas almas dos imbecis, na sua índole torpe. Que os reprima então a Lei!!!


É isso!

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