Depressão e adaptação

Dentre os muitos significados atribuídos pelo “Aurélio” à palavra “adaptação”, um deles diz tratar-se de “ajustamento de um organismo, particularmente do homem, às condições do meio ambiente”. Os darwinistas costumam afirmar que a Seleção Natural atua para adaptar cada vez mais e melhor os organismos às necessidades do ambiente onde vivem.

E para exemplificar o funcionamento do adaptacionismo a la Darwin, faço menção de um artigo intutulado “O lado bom da depressão”, publicado tempos atrás pela revista Galileu, no qual Darwin mais uma vez se faz presente:

“Segundo Darwin — ele próprio um notório deprimido, como explicitou em várias cartas ao longo da vida —, as espécies passam por um inexorável processo de adaptação em que características mais favoráveis a sua existência acabam sendo passadas de geração a geração. Trata-se de um afinadíssimo mecanismo de seleção e especialização que garante a permanência de traços que nos deixam mais aptos a encarar os obstáculos. Adeptos da psicologia evolucionista acreditam que a seleção natural não envolve apenas o corpo. As características da mente humana também seriam o resultado de uma longa jornada de depuração em nome da sobrevivência e reprodução. Se a teoria de Darwin é amplamente aceita até hoje no meio científico, argumentam Thomson e Andrews, então a depressão não pode ficar de fora. Em outras palavras, a depressão seria uma adaptação humana que chegou até nós com tamanha incidência não por acidente, mas porque precisamos dela como indivíduos.”

Como contra-argumento à explicação adaptativa acima, faço menção de uma postagem interessante que encontrei num fórum popular da Internet, numa comunidade dedicada à Teoria da Evolução:

“Não se observa essa correlação: depressão => indivíduos mais aptos e fortes. Pelo contrário. Como já foi dito, doença mental é algo que atrapalha a vida normal. Se depressão deixasse os indivíduos mais aptos e fortes não seria doença. E é doença.

É uma das maiores causas de incapacidade para o trabalho. O risco de suicídio entre depressivos é muito maior do que na população geral. O grau de desagregação familiar e de insatisfação com a vida é imenso.

Além disso, depressão somente é considerada curável em 1/3 dos casos. Em 1/3 existem recaídas. No outro 1/3 praticamente é uma crise atrás da outra.

Somente consigo imaginar a depressão como algo útil para artistas. Parece que o sofrimento traz alguma inspiração para pintores, músicos, escritores e outros. Pelo menos até eles se matarem. Para o restante da população certamente depressão não é agradável nem traz qualquer vantagem evolutiva" (por: Leandro).

É isso!

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